Na tarde desta quarta-feira (2), durante cerimônia de transmissão de cargo do novo ministro da Defesa, o general da reserva Fernando Azevedo e Silva, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se recusou a dizer o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Bolsonaro exaltou as Forças Armadas e agradeceu benefícios a militares nos governos de José Sarney, Fernando Collor e Itamar Franco, e se recusou a citar FHC. “Depois, veio outro governo, que vocês sabem qual foi”. O novo presidente também não citou os nomes de Lula e Dilma Rousseff (PT), e disse que a situação dos militares “piorou com o tempo”.
Em 1999, em entrevista a um programa da Rede Bandeirantes, Bolsonaro disse que não se mudava nada no país através do voto. “Você só vai mudar, infelizmente, quando nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro. E fazendo um trabalho que o regime militar não fez. Matando 30 mil, e começando por FHC”, disse á época.
Bolsonaro criticou nomeações de civis para comandar o Ministério da Defesa desde que ele foi criado, há 19 anos, e a reestruturação da remuneração dos militares, ambas medidas tomadas no governo FHC.
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A pasta, que reúne as três Forças Armadas, foi criada em 1999, por FHC. Antes, Marinha, Aeronáutica e Exército tinham ministérios separados. Ele elogiou, entretanto, o ex-ministro Raul Jungmann, que comandou a pasta entre maio de 2016 e fevereiro de 2018, durante o governo Temer e que estava na cerimônia.
Em seu discurso nesta tarde, Bolsonaro disse também que povo quer “hierarquia, respeito, ordem e progresso”. “A situação que o Brasil chegou é uma prova inconteste de que o povo, em sua grande maioria, quer hierarquia, quer respeito, quer ordem e quer progresso. Nós queremos o bem para o Brasil. Mas, do que defender a Pátria, o que nós queremos é fazer essa Pátria grande, e só faremos se tivermos do nosso lado equipe onde todos conversam entre si, onde não há ingerência político-partidária, que lamentavelmente, como ocorreu nos últimos 20 anos, levou à ineficácia do Estado e nossa triste corrupção”, disse.
O novo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva será o 12º ministro chefiar a pasta. Antes de ser convidado pelo presidente Bolsonaro para assumir o cargo, o novo ministro trabalhava como assessor especial do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.