O presidente da República, Jair Bolsonaro, foi avisado sobre as irregularidades nas compras das doses da vacina indiana Covaxin. A declaração foi dada por um servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Fernandes Miranda, ao jornal O Globo.
Luis Ricardo é irmão do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). De acordo com o servidor do Ministério da Saúde, ele e o presidente Bolsonaro se encontraram pessoalmente para denunciar as suspeitas sobre a importação das doses da vacina. Segundo ele, o presidente se comprometeu a encaminhar as denúncias do encontro do dia 20 de março deste ano para Polícia Federal.
O servidor também disse ter sofrido “pressão anormal” para agilizar o envio da documentação para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mesmo estando incompleta, para pedir a importação da vacina Covaxin.
Luis Ricardo é lotado na coordenação logística de insumos estratégicos da Saúde, que cuida da distribuição e recebimento de vacinas.
O depoimento de Luis Ricardo está marcado para a próxima sexta-feira (25) na CPI da Covid. O irmão dele, deputado Luis Miranda, também vai comparecer ao interrogatório. Os dois estiveram no Palácio do Planalto para o encontro com o presidente. A reunião foi registrada por fotos e mensagens que devem ser apresentadas na CPI desta sexta.
Os senadores da CPI da Covid começaram a traçar uma linha de investigação sobre possíveis irregularidades na compra das doses do imunizante indiano. A suspeita foi levantada por meio de documentos protocolados na CPI.
O relator da Comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou hoje que o presidente Bolsonaro “estava diretamente envolvido” na compra da vacina Covaxin.“Estávamos tratando essa investigação como mero caso de omissão. Mas precisamos evoluir para o patamar seguinte: foram ações deliberadas”, disse.
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