O deputado federal licenciado Carlos Bezerra (MDB-MT) atacou o presidente Jair Bolsonaro após o episódio em que Teté Bezerra, esposa do emedebista, saiu da presidência da Embratur. Bolsonaro gravou um vídeo na última quinta (28) dizendo que Teté foi exonerada por promover “um jantar de R$ 290 mil”, versão que é contestada por Teté e pelo marido.
“Isso é um despreparo total do presidente. É um cara desabrido, inconsequente, não entende nada de política de turismo”, atacou o emedebista.
Segundo nota enviada por Teté, o “jantar” a que Bolsonaro se refere é a participação da Embratur na World Travel MarketLatin América (WTM Latin América), uma feira internacional de turismo do Brasil que ocorre na semana que vem em São Paulo, de terça (2) a quinta-feira (4), e espera 10 mil visitantes de mais de 50 países. Teté Bezerra alega, em nota, que os R$ 290 mil investidos na feira poderiam dar retorno de cerca de R$ 5 milhões no mercado de turismo.
A ex-presidente da Embratur – cuja saída ainda não foi publicada no Diário Oficial da União – nega, ainda, que tenha sido demitida. Teté Bezerra afirma que ela mesma já havia colocado o cargo à disposição no dia 20 de fevereiro e que entregou uma carta de demissão ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), na última segunda (18).
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O ministério informou, em nota, que a versão do governo sobre o fato é a que foi dada por Bolsonaro no vídeo. O presidente disse que ficou sabendo do evento, mandou o ministro “cancelar o jantar” e demitir a chefe da Embratur. “Não dá para se admitir passivamente um gasto dessa ordem. Isso é um escracho, um deboche para com o brasileiro que está cansado de pagar impostos”, afirmou o presidente no vídeo.
Carlos Bezerra avalia que Bolsonaro agiu movido por um “mexerico” e alfinetou. “É lamentável que o presidente da República gasta mais de R$ 1 milhão com cartão corporativo e vem falar de uma coisa de R$ 290 mil, de uma festa internacional importante para o Brasil”, disse o emedebista, em alusão ao gasto registrado em janeiro no cartão corporativo da Presidência, que aumentou 16% em relação à média do mesmo período dos quatro anos anteriores.
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