O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quinta-feira (27), que a viagem para a Rússia, prevista para o mês que vem, está mantida. Em conversa com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que irá “atrás de melhores entendimentos, melhores relações comerciais”. Segundo o Itamaraty, a previsão é que o presidente esteja no país europeu entre os dias 14 e 17 de fevereiro.
Questionado por um apoiador se o presidente russo, Vladimir Putin, seria conservador e “gente da gente”, Bolsonaro afirmou “ele é conservador, sim”. O homem então pergunta como que Putin poderia conciliar o “comunismo” com o conservadorismo, mas o presidente apenas declarou suas intenções com a viagem. “Eu vou estar o mês que vem lá, eu vou atrás de melhores entendimentos, melhores relações comerciais”, afirmou. Bolsonaro então completou: “o mundo todo é simpático à gente”.
O presidente russo, no entanto, não é de “esquerda”, nem o país ainda professa o socialismo e comunismo como políticas de estado – deixadas para trás com a dissolução da União Soviética, há 30 anos. O partido de Putin, chamado “Rússia Unida”, tem como bandeiras o nacionalismo e a concentração de poder em torno do presidente, se colocando à direita do espectro político.
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Nas últimas semanas, a Rússia tem enviado soldados para a fronteira com a Ucrânia, país com quem tem relações tensas desde 2014. Segundo levantamento, mais de cem mil militares russos estariam alocados em pontos estratégicos. Oficialmente, o Kremlin — equivalente ao Planalto no Brasil, ou a Casa Branca nos Estados Unidos da América — afirma que são apenas exercícios militares.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) enviou navios e caças para a Europa Oriental para reforçar a proteção dos países membros que fazem fronteira com a Rússia (Estônia, Letônia e Noruega). Países como a Austrália, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha ordenaram que diplomatas e funcionários diplomáticos não essenciais deixassem a Ucrânia. O clima é de tensão mundial.
Para o primeiro vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR), cabe ao Brasil se posicionar em favor da Ucrânia caso ocorra um eventual conflito. No seu entendimento, os interesses ucranianos no conflito são os mais compatíveis com os preceitos da Constituição brasileira.
PublicidadeAlém de viajar para a Rússia e encontrar com o presidente Vladimir Putin, Bolsonaro planeja um encontro com Viktor Orbán, líder de extrema-direita da Hungria.