Edson Sardinha e Samanta Dias
O presidente Jair Bolsonaro condecorou nesta segunda-feira (1º), em Jerusalém, 136 militares israelenses que atuaram nas buscas pelos desaparecidos em Brumadinho (MG) após rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, da Vale, em 25 de janeiro. Cada um deles recebeu a medalha da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a maior honraria que um cidadão estrangeiro pode receber do governo brasileiro.
Procurada pelo Congresso em Foco, a assessoria de imprensa da Presidência informou que não há qualquer previsão de homenagem por parte do Palácio do Planalto aos bombeiros de Minas Gerais e de outros estados que ainda trabalham na procura dos corpos das vítimas. Câmara e Senado já fizeram sessões solenes para ressaltar o papel exercido pelos militares que atuaram nas buscas.
O grupo israelense veio ao Brasil no fim de janeiro e permaneceu na região por quatro dias. “O trabalho dos senhores foi excepcional, fez com que nossos laços de amizade de há muito se fortalecessem. Nós, brasileiros, nunca esqueceremos o apoio humanitário por parte de vocês”, disse Bolsonaro antes de entregar as medalhas.
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De acordo com balanço divulgado na última sexta-feira (29) pela Defesa Civil de Minas, 217 mortos foram identificados pelo Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Civil. Outras 87 pessoas continuam desaparecidas. As buscas continuam. Segundo a Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspras), bombeiros e policiais mineiros estão com os salários atrasados e parcelados. A responsabilidade pelo pagamento é do governo estadual, nas gestões de Fernando Pimentel (PT) e Romeu Zema (Novo).
De acordo com o Governo de Minas Gerais, os servidores que integram as Forças de Segurança e da Saúde têm recebido os salários em duas parcelas, sendo a primeira no valor de R$ 3.000. Na segunda parcela, são depositados os valores restantes dos vencimentos para todos os servidores. Neste mês, os dias programados para o pagamento são 11 e 24 de abril. Até dezembro, o pagamento era feito em três parcelas.
Desde 25 de janeiro, data do rompimento da barragem na cidade, 1.850 agentes atuaram na operação, incluindo militares de outros Estados e os de Israel. Atualmente, 150 militares do Corpo de Bombeiros continuam atuando todos os dias no resgate às vítimas da barragem em Brumadinho. Além disso, 200 policiais militares agem ininterruptamente no local para garantir a segurança do patrimônio das comunidades atingidas. A Polícia Militar chegou a manter um efetivo de mil agentes em Brumadinho.
A vinda dos militares de Israel para Brumadinho foi acertada pelo presidente Jair Bolsonaro com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, considerado um de seus principais aliados estrangeiros. A passagem dos israelenses pela cidade mineira frustrou bombeiros brasileiros. Os equipamentos trazidos, que eram uma espécie de scanner, têm como principal função detectar corpos quentes. Mas são considerados pouco úteis para localizar cadáveres, que são frios.
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