Os senadores Nelsinho Trad (PSD-MS) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) acreditam que, com a saída de Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores, o projeto de resolução que visa suspender as sabatinas de embaixadores perde o objeto. A proposta foi protocolada pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN),
Trad e Vieira analisam que o pedido foi feito em meio à tensão entre o Congresso Nacional e o então ministro. A suspensão das sabatinas era uma forma de pressionar o governo contra a política internacional adotada pelo ex-chanceler, que pediu demissão nessa segunda-feira (29).
“O projeto apresentado pelo líder da oposição foi dentro de um contexto em que se tinha um atrito muito grande com o Ministério das Relações Exteriores, acho que agora não há motivo para este tipo de resolução ser votada”, analisa o senador Alessandro Vieira.
Ele aponta que o novo chanceler Carlos Alberto França ainda é “desconhecido” do ponto de vista técnico, mas diz que há expectativas para que ele “se porte de maneira sóbria e técnica”, mudando os rumos da gestão do Itamaraty em relação a gestão adotada pelo seu antecessor.
“Esse é o nosso histórico de diplomacia, que é de neutralidade e boa relação com as nações”, frisa o senador.
A proposta feita por Prates pede a suspensão das sabatinas em meio à pandemia de coronavírus e faz fortes críticas à condução da política externa adotada pelo ex-ministro.
Publicidade“Como consequência, desenvolve-se uma política externa desastrosa, a qual tornou o Brasil pária mundial e ameaça global, e que compromete, inclusive, a obtenção das vacinas destinadas a salvar a vida de milhões de brasileiros”, destaca o texto.
Apesar de concordar com a perda do objeto da resolução, o senador Nelsinho Trad lamenta a saída do ex-ministro, afirmando que “era tudo que não precisava acontecer”.
“No momento em que a palavra união tem que bater forte não só aqui no Congresso Nacional, como também no Executivo federal, para que a gente possa vencer essa pandemia terrível da covid-19, que tem ceifado milhares e milhares de vidas dia a dia”, avalia.
O senador defende também que este assunto seja “página virada” e que sirva de “lição” para que os erros não se repitam nem no Congresso e nem no Itamaraty. Ele fala ainda que o caminho “é deixar de lado as questões ideológicas para e que a gente possa, juntos e unidos, partir para vencer essa guerra da covid-19”.
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