A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) criticaram a portaria do Ministério da Justiça que prevê a deportação de estrangeiros considerados perigosos, editada pelo ministro Sergio Moro após a Polícia Federal (PF) deflagrar a Operação Spoofing, que levou à prisão um grupo de hackers responsáveis pela tentativa de invasão de mil celulares.
Ambas as entidades consideraram um atento à liberdade de expressão. “Ao ameaçar de prisão um jornalista que publica informações que o desagradam, o presidente Bolsonaro promove e instiga graves agressões à liberdade de expressão”, afirmou a Abraji. “Sem jornalismo livre, outras liberdades também morrerão”, seguiu.
A crítica é uma referência à declaração do presidente Jair Bolsonaro em defesa da portaria. Nesse sábado (27), Bolsnaro que o texto tenha como objetivo atingir o jornalista americano Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil, que tem publicado reportagens com base em diálogos vazados do ministro Moro e de procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba.
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“Ele não vai embora, o Glenn pode ficar tranquilo. Talvez ele pegue uma cana aqui no Brasil. Não vai pegar lá fora, não”, disse.
Em nota, a ABI definiu a declaração do presidente como tentativa de intimidação. “A ameaça de Bolsonaro a Greenwald nada mais é do que uma tentativa de intimidar um jornalista independente e uma ameaça à liberdade de imprensa. O Greenwald já declarou que Bolsonaro não é um ditador. A ABI endossa essa sua declaração porque ela sempre esteve na trincheira em defesa da liberdade de expressão”, afirmou.
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