A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, depôs nesta quarta-feira (2) na Polícia Federal (PF) sobre a denúncia de assédio envolvendo o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. Ela confirmou no depoimento que foi vítima e afirmou que a situação começou em 2022.
Esta foi a primeira vez que a ministra oficializou a denúncia. Segundo a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo, a ministra Anielle disse que as “abordagens inadequadas” começaram no final de 2022, quando ambos faziam parte do grupo de transição do presidente Lula. Na reunião que selou a demissão de Silvio Almeida, a ministra confirmou ao chefe do Executivo que foi vítima do professor universitário e ex-ministro dos Direitos Humanos.
O depoimento de Anielle Franco teve duração de uma hora. Após depor, a ministra não conversou com a imprensa, informação que já havia sido antecipada pela assessoria de imprensa da chefe da pasta.
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O caso foi revelado no início do último mês. Segundo matéria do portal Metrópoles, a ministra foi uma das vítimas de assédio sexual de Silvio Almeida. Ele nega as acusações.
Com a divulgação das denúncias recebidas pela ONG Me Too Brasil, no dia 5 de setembro, Silvio Almeida foi demitido do Ministério dos Direitos Humanos no dia seguinte. A posição foi ocupada por Macaé Evaristo, cuja cerimônia de posse ocorreu na última semana. Depois do anúncio da demissão, a ministra Anielle Franco agradeceu o presidente Lula por “ação contundente”.
“Reconhecer a gravidade dessa prática e agir mediante é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi”, disse a ministra em trecho da nota publicada.
PublicidadeEm relação às suspeitas de assédio sexual e moral de Silvio Almeida, o ministro Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça abriu inquérito no dia 17 de setembro para investigar as acusações. Segundo o magistrado, cabe à Corte conduzir as investigações uma vez que as acusações dizem respeito ao período em que ele era ministro dos Direitos Humanos
Silvio Almeida nega as acusações. Após ser demitido, o professor universitário afirmou que pediu ao presidente para ser demitido “a fim de conceder liberdade e isenção às apurações”. No comunicado, ele ainda destacou que são necessárias formas de fortaceler o combate à violência sexual. “É preciso combater a violência sexual fortalecendo estratégias compromissadas com um amplo espectro de proteção às vítimas”, escreveu.