Mesmo após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter pedido em sua página no Facebook e na TV para a população não ir para as manifestações que ajudou a mobilizar, alguns deputados governistas e movimentos sociais mantiveram os atos. A #DesculpeJairMasEuVou está entre os assuntos mais comentados do Twitter desde a noite de ontem (12).
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O movimento Nas Ruas, que foi criado pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), emitiu uma nota cancelando sua participação nos atos. “Em um momento futuro onde a nação brasileira poderá manifestar Nas Ruas de todo Brasil seu apoio ao presidente e exigir o correto trâmite das reformas administrativa e tributária que serão apresentadas ao Congresso, em segurança, convocaremos novamente”, diz a nota do movimento Nas Ruas.
A deputada, inclusive, publicou ontem em seu Twitter, um pedido para que os manifestantes não fossem para os atos. “Vocês, ativistas e apoiadores, já deram um exemplo de mobilização, engajamento, consciência e patriotismo. Vocês JÁ SÃO VITORIOSOS (sic), sem nem mesmo terem ido às ruas. Na hora certa, todos nós voltaremos às ruas, onde sempre estivemos”, disse a congressista.
O deputado Éder Mauro (PSD-PA) disse em seu Twitter que, por ele, as manifestações em Belém estão mantidas. O bolsonarista, porém, ficou de confirmar na noite desta sexta.
PublicidadeEder Borges, funcionário do site bolsonarista Terça Livre e ativista de direita, também confirmou sua presença nos atos. “Vou por minha conta e risco talkei (sic)?”, disse o militante em seu perfil do Facebook.Para o grupo que ficou acampado por mais de um ano em frente a sede da Justiça Federal em Curitiba, em defesa da Lava Jato, que é apoiador de Bolsonaro, o presidente – por mais que tenha dito para não irem -, deseja que o povo vá para as ruas. “Sabe aqueles filmes de guerra em que, por causa do regulamento, o comandante dá uma ordem, mas espera que os soldados desobedeçam?”, questionou o grupo Acampamento Lava Jato em sua página do Facebook.
A tentativa dos aliados do presidente é de descolar dele a responsabilidade pelos atos, que ele, apesar de ter negado anteriormente, convocou. Bolsonaro negou uma reportagem da Vera Magalhães, do Estadão, em que mostrava que os atos contra o Congresso estavam sendo incentivados por ele. Poucos dias depois de atacar, por mais mais vez, a jornalista, o presidente da República foi à público e pediu para que a população fosse para ruas apoiar seu governo.
Agora, porém, Bolsonaro recuou. Depois de ter mobilizado as manifestações até três dias antes dos atos, a tentativa do grupo apoiador do presidente é de tirar dele as responsabilidades dos prováveis ataques que os poderes da República sofrerão e da proliferação do coronavírus.
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