O plenário do Tribunal de Contas da União decidiu na tarde desta quarta-feira (18) suspender, por 15 dias, a liminar do ministro do TCU Bruno Dantas que impedia o aumento do Benefício de Prestação Continuada (BPC). A tendência foi antecipada mais cedo pelo Congresso em Foco Premium.
A decisão do tribunal acontece após um acordo construído entre oposição e governo no Congresso. O TCU pede que em 1o dias o Poder Executivo aponte a fonte das receitas para bancar o aumento do número de famílias que recebem o benefício.
Assinantes do Congresso em Foco Premium receberam com antecedência as informações constantes desta matéria. Assine agora você também!
O Congresso ampliou de 1/4 de salário mínimo, para meio salário mínimo o limite da renda familiar per capita para idosos e pessoas com deficiência terem acesso ao benefício, o que traria um impacto anual de R$ 20 bilhões.
Leia também
Deputados e senadores da oposição negociaram acordo com governistas sobre a abrangência do Benefício de Prestação Continuada.
> Formas de combater pandemia dividem profundamente o governo. Entenda como e por quê
PublicidadeA ideia acordada com a oposição é que sejam criadas situações específicas para que as famílias com meio salário mínimo possam receber o BPC, contendo assim o aumento de pessoas a receberem o benefício e diminuindo o impacto previsto inicialmente.
A decisão da liminar de Dantas derrubada pelo TCU era amparada na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e em entendimento do próprio do TCU de que o Legislativo tem de apontar de onde sairá o dinheiro para bancar o impacto fiscal, de R$ 212 bilhões em dez anos.
A ideia da oposição é usar o pedido de calamidade pública do governo durante a crise com coronavírus, que permite ampliar as despesas previstas no orçamento, para manter pelo menos em parte o aumento do BPC.
Na terça-feira (17), Dantas recebeu deputados da oposição para ouvir sugestões de uma solução negociada em torno do tema. “Tratamos com ele do assunto e ele ficou de buscar um caminho junto com os outros ministros para rediscutir a situação e não ferir a LRF. A decretação de calamidade pública pode abrir espaços para isso”, disse o líder da oposição na Câmara, André Figueiredo (CE).
O ministro do TCU disse ao Congresso em Foco que tem o costume de receber um grande número de pessoas em seu gabinete. “Estavam lá para expor a ação deles, eu ouvi naturalmente. O resto são negociações políticas de que eu não participo”, declarou.
> Maia e Davi devem apoiar governo contra aumento no BPC; impacto é de R$20bi
> Congresso derruba veto a aumento do BPC; veja como parlamentares votaram