A expectativa para a semana da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid recai sobre o depoimento do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), previsto para a quinta-feira (12). Barros foi citado na CPI durante o depoimento do deputado Luís Mirada (DEM-DF). De acordo com Miranda, ao levar ao presidente Jair Bolsonaro informações sobre possíveis irregularidades em contratos para compra de vacinas contra a covid, o presidente atribuiu a Ricardo Barros a responsabilidade sobre o esquema.
Desde então, o deputado progressista tem insistindo em ser ouvido pelo colegiado para, como ele disse, apresentar a sua versão dos fatos. Barros chegou, inclusive, a ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que o judiciário interferisse, determinando o agendamento da sua oitiva no Senado sob alegação de que a CPI estava “postergando indevidamente” a ida dele à comissão.
O depoimento de Barros deve, então ser focado na apuração do caso Covaxin, com questionamentos sobre a interferência de agentes externos ao Ministério da Saúde na compra de vacinas.
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Fake News e tratamento precoce
O primeiro depoimento da CPI nesta semana, que é a segunda após a volta do recesso, é o do diretor do Instituto Força Brasil, coronel Hélcio Bruno, que comparece na terça-feira (10).
O coronel Hélcio foi citado por depoentes anteriores como sendo um dos nomes envolvidos na tentativa de vendas de vacina pela empresa Davati Medical Supply. A empresa entrou na mira da CPI após o cabo da Polícia Militar de Minas, Luiz Paulo Dominguetti, que se apresentava como vendedor de vacinas da empresa, vir a público denunciar o pedido de propina de U$S 1 por dose de imunizante pelo então chefe de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias.
O Instituto Força Brasil é uma entidade alinhada ao bolsonarismo e alvo de apuração pela CPMI da Fake News. Eles foram apontados na comissão mista como disseminadores de conteúdos falsos em apoio ao governo. Nas últimas semanas a CPMI, que está com as atividades presenciais suspensas desde o início da pandemia, tem trabalhado em colaboração com a CPI da Covid, cedendo documentos e técnicos para dar suporte nas análises.
Na quarta-feira (11) o depoimento aguardado é o do representante da Indústria Farmacêutica Vitalmedic, Jailton Batista.
A empresa fabrica medicamentos do “kit covid”. Em agosto de 2020 ela anunciou investimentos da ordem de R$ 320 milhões para expansão do parque fabril no Distrito Agroindustrial de Anápolis, em Goiás. Entre os produtos que puxaram o crescimento da empresa estava a Ivermectina, medicamento sem eficácia contra a covid e que, apesar de servir apenas ao combate à vermes intestinais, foi defendido publicamente pelo presidente Bolsonaro como aconselhável para pessoas com coronavírus.
Entre abril de 2020 e abril deste ano, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) indicou aumento de 857% nas vendas da Ivermectina. O levantamento, publicado pelo Congresso em Foco, também apontou aumentos expressivos em outros remédios que integram o chamado Kit Covid. No caso das vendas de hidroxicloroquina, o percentual de crescimento atingiu os 126% no período analisado.
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