Os senadores oposicionistas ao governo que controlam a maioria da CPI da Covid indicaram que irão focar o restante da semana nas ações da Precisa Medicamentos com o governo federal, aproveitando provas já colhidas sobre a ação da empresa. Na quinta-feira (19) será ouvido o CEO da empresa, Francisco Maximiano, enquanto o advogado da empresa, Túlio Silveira, será ouvido na quarta-feira (18), no lugar da acareação que antes haveria entre o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, e o deputado Luís Miranda (DEM-DF).
O objetivo é intensificar a investigação sobre as ações da empresa, acusada de se valer de um balcão de negócios montado no Ministério da Saúde. A Precisa pretendia intermediar a venda da vacina indiana Covaxin ao Ministério da Saúde, e há indícios de irregularidades e superfaturamento no processo. A partir do caso da Covaxin, denunciado por Luís Miranda e por seu irmão, Luís Ricardo, funcionário do Ministério da Saúde, surgiram outros casos de atravessadores que tentarem negociar vacinas com o ministério. “Eu sou daquelas que acham que temos que chamar os personagens centrais da Covaxin, e a partir daí se abrir um leque para as outras”, disse a senadora Simone Tebet (MDB-MS).
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A investida sobre a Precisa indica que a CPI busca ir além do esquema de compra de vacina – já que recai sobre a empresa também uma possível fraude na compra de testes. Simone Tebet, junto com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), inclusive devem pressionar a empresa a explicar supostos crimes conta a ordem financeira e contra o mercado de capitais durante seu depoimento.
Outros fatores também pesaram na decisão de cancelar a acareação – entre eles o fato de que o ministro e o deputado estariam ambos com imunidade parlamentar, o que poderia dificultar uma ação enérgica dos senadores caso um dos lados resolvesse mentir.
A mudança deve marcar o mês final de oitivas na CPI, já que, segundo o relator Randolfe Rodrigues (Rede-AP), os trabalhos devem ser concluídos entre 15 e 25 de setembro, sem a possibilidade de ouvir novamente nomes como Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo no Senado.
“Eu acho que teremos duas a três semanas, se necessário quatro, para os depoimentos. E em seguida a isso, mais uma semana para o relator produzir o relatório”, indicou o senador, que é o vice-presidente da comissão.
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