A Rede estuda a possibilidade de interpelar judicialmente o presidente Jair Bolsonaro para saber o que o chefe do Executivo acha da declaração do seu filho, Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), que, na visão de muitos políticos e advogados, representa um atentado à democracia.
O partido ainda deve apresentar uma ação contra o vereador, que nessa segunda-feira (9) disse em uma rede social que “por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos… e se isso acontecer”.
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Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) contou que a ideia é apresentar uma ação judicial por atentado contra a ordem democrática contra Carlos Bolsonaro e interpelar judicialmente o presidente para saber se ele compactua com o pensamento do filho. “Pela função pública dele, que é vereador, ele está ofendendo a ordem democrática de direito. E não cabe a alguém, no exercício de uma função pública, ofender a ordem democrática. Então, estamos estudando qual ação é cabível porque esse rapaz cometeu um crime e quem comete um crime deve ser punido”, explicou Randolfe.
O senador argumentou ainda que, ao sugerir que o Brasil pode não ser transformado pelas vias democráticas, Carlos Bolsonaro atenta contra a ordem democrática de direito. Algo que, para Randolfe, é grave sobretudo quando parte de alguém que convive com o presidente. “A democracia prevê liberdade de expressão, mas não ofensa ou apologia à ruptura da ordem democrática. Isso a democracia não tolera”, reclamou o senador.
Randolfe ainda pediu que os democratas e os poderes brasileiros se manifestem contra a declaração de Carlos Bolsonaro. Ele cobrou uma posição, sobretudo, do Ministério Público. “O Brasil não pode tolerar maldades como se fosse algo normal. A escritora Hannah Arendt já disse que, quando é banalizado, o mal se torna ditadura, ofensa às democracias individuais, fascismo”, alertou Randolfe.
Depois dessa e de outras críticas, Carlos Bolsonaro voltou às redes sociais nesta terça-feira para comentar o assunto. Ele disse que, na verdade, o que falou foi que “por vias democráticas as coisas não mudam rapidamente. É um fato. Uma justificativa aos que cobram mudanças urgentes”.
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