Lauriberto Pompeu
O presidente do PSDB, Bruno Araújo (PE), disse nesta segunda-feira (15) que seu partido tem a intenção de filiar deputados do PSB e do PDT ameaçados de expulsão.
Entre os nomes buscados estão os de Tabata Amaral (PDT-SP), Felipe Rigoni (PSB-ES) e Felipe Carreras (PSB-PE).
“Estamos conversando, mas tudo também depende da atitude que os respectivos partidos terão com esses parlamentares. E há sim, os que têm identidade conosco. O que ficou mais evidente durante a discussão da Previdência. Alguns já foram inclusive filiados ao PSDB”, afirmou o presidente do PSDB ao Congresso em Foco.
As duas siglas da oposição fecharam questão contra a reforma da Previdência e pretendem punir os congressistas que votaram a favor da reforma na Câmara dos Deputados. Oito deputados do PDT e 11 do PSB contrariaram a orientação dos partidos.
Nesta segunda-feira, o conselho de ética do PSB decidiu abrir processo contra os 11 deputados do partido que votaram a favor da proposta mesmo após a orientação contrária do líder da bancada, Tadeu Alencar (PE). Os socialistas haviam fechado questão contra o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).
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Da mesma forma, o presidente do PDT, Carlos Lupi, anunciou que haverá punição. Candidato a presidente da República em 2018, Ciro Gomes (PDT-CE) chegou a aconselhar que Tabata peça para deixar a legenda.
Em 2017, DEM recebeu dissidentes do PSB
Movimento similar ao do PSDB aconteceu durante a aprovação da reforma trabalhista em novembro de 2017. Na época, o DEM engordou sua bancada na Câmara ao receber deputados que foram expulsos do PSB por votarem pela reforma.
O PSDB passa por um processo de transformação interna depois do desgaste enfrentado a partir da eleição de 2018. A bancada tucana passou de 54 deputados em 2018 para 29 eleitos no ano passado.
As transformações são tocadas pela atual direção da legenda que foi eleita em maio deste ano. O governador de São Paulo, João Doria, vê crescer sua influência no partido, sendo o padrinho do presidente partidário Bruno Araújo. Nomes tradicionais do partido como Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin tiveram seus papéis diminuídos.