Depois de dar 15 votos a favor da PEC dos Precatórios no primeiro turno, a bancada do PDT mudou de posição e vai votar em peso contra a proposta no segundo turno, em votação prevista para esta terça-feira (9). O líder do PDT, Wolney Queiroz (PE), anunciou a mudança de orientação no fim da noite dessa segunda-feira. “Hoje à noite, por maioria, decidimos mudar a posição da bancada na votação em segundo turno da PEC 23. A decisão se deu em nome da preservação da unidade partidária”.
O Congresso em Foco apurou que pelo menos 11 dos 15 pedetistas que votaram a favor da PEC já confirmaram que vão mudar de posição no segundo turno: além de Wolney, André Figueiredo (CE), Silvia Cristina (RO), Eduardo Bismarck (CE), Mário Heringer (MG), Subtenente Gonzaga (MG), Leônidas Cristino (CE), Dagoberto Nogueira (MS) e Fábio Henrique (ES). Esse grupo participou de jantar ontem à noite na residência de Heringer, no qual todos foram informados pelo líder sobre a nova orientação. Outros dois deputados, Afonso Motta (RS) e Félix Mendonça Jr. (BA), também confirmaram esta manhã a mudança de voto.
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A bancada se reunirá com a Executiva Nacional do partido às 12h para fazer os ajustes finais antes da votação. “O governo vai precisar de 15 a 20 votos a mais para aprovar a PEC em segundo turno”, disse Gustavo Fruet (PDT-PR) ao Congresso em Foco. Isso porque também há expectativa de mudança de voto no PSB e no PSDB. O texto recebeu 312 votos favoráveis na última quinta-feira, apenas quatro a mais que os 308 exigidos para mudança na Constituição. Outros 144 deputados votaram contra a medida, defendida pelo governo como necessária para viabilizar o pagamento do Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família.
A mudança de posição da bancada do PDT decorre, sobretudo, da pressão feita pelo ex-ministro Ciro Gomes, que anunciou a suspensão da sua pré-candidatura como forma de pressionar os colegas que apoiaram a proposta a mudar o voto.
“Foi uma decisão boa, que unifica o partido. Mas também houve um desgaste desnecessário. Não tivesse a proposta sido aprovada com diferença tão apertada, numa situação normal, não teria havido tanta confusão”, afirma Fruet. “Todos saem com alguma mágoa, mas nada que gere um trauma”, acrescenta o paranaense, que votou contra a PEC no primeiro turno.
Com a perda de ao menos 11 votos do PDT, o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), corre atrás de parlamentares que não participaram da primeira votação e tenta convencer outros deputados que se posicionaram contrariamente à proposta a mudar de voto desta vez. Antes de apreciar o texto em segundo turno, os deputados precisam concluir a votação dos destaques, trechos que podem mudar a proposta.
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