O deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) esteve com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta quarta-feira (31). A reunião foi rápida (cerca de 10 minutos), e se deu logo depois de um encontro de Pacheco com integrantes da Oposição, que ocorreu na presidência do Senado.
Segundo apurou o Congresso em Foco, congressistas da oposição queriam que Ramagem participasse da reunião do grupo com o presidente do Senado. Pacheco, no entanto, preferiu que ele não estivesse na reunião coletiva. Após o encontro, Ramagem entrou no gabinete rapidamente para falar com Pacheco e deixou o Congresso em seguida.
Ramagem foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) na última quinta-feira. Ex-diretor da Agência Brasileira de Investigação (Abin), o deputado é investigado no investiga suposta espionagem ilegal realizada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
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Depois da operação da PF, Pacheco pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) os nomes de parlamentares que foram supostamente espionados pela Abin no período em que Ramagem comandou a agência.
Há desconforto por parte do Congresso com a possibilidade de deputados e senadores terem sido monitorados. A lista de nomes é tida como uma informação essencial para integrantes da cúpula do Senado.
A PF pediu o afastamento de Ramagem de seu mandato na Câmara dos Deputados. No entanto, o ministro Alexandre de Moraes não viu necessidade do afastamento.
Operação da PF
A Operação Vigilância Aproximada apura um esquema de espionagem montado na Abin para monitorar, ilegalmente, autoridades públicas e cidadãos comuns. É uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado.
As ações ilegais utilizavam o equipamento First Mile, comprado pela Abin para o “monitoramento de dispositivos móveis, sem a necessidade de interferência e/ou ciência das operadoras de telefonia”. A operação era ilegal porque não contava com a autorização da Justiça e mirava objetivos políticos, segundo indica investigação da PF.