O presidente Jair Bolsonaro já está discutindo o futuro de Fabio Wajngarten, o chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo, que, segundo denúncia publicada pela Folha de S.Paulo, está recebendo dinheiro de empresas contratadas pela própria Secom. A oposição, contudo, quer cobrar explicações de Wajngarten independentemente do que for resolvido pelo presidente. O chefe da Secom deve ser, então, alvo de uma notícia-crime na Procuradoria-Geral da República (PGR) e de uma convocação no Senado.
> Chefe da Secom recebe dinheiro de empresas contratadas pelo governo
Foi o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que anunciou, nas redes sociais, as medidas que devem ser tomadas diante do caso Wajngarten. “Vou pedir a convocação do chefe da Secom, Fábio Wajngarten, para depor na CTFC (Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor) do Senado e apresentarei uma notícia-crime na PGR”, afirmou Ranfolfe na noite dessa quarta-feira (15). Ele alegou que, “ao contrário do que faz o presidente”, a oposição não vai aceitar mais uma denúncia de corrupção ligada ao governo federal ser esquecida. Veja:
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Ao contrário do q faz o presidente, não vamos aceitar outra denúncia d corrupção contra esse desgoverno ir p/ debaixo do tapete. Vou pedir a convocação do chefe da Secom, Fábio Wajngarten, p/ depor na CTFC do Senado e apresentarei uma notícia-crime na PGR.https://t.co/dw8Mg0TQH6
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) January 15, 2020
Em outro post, Randolfe ainda indicou que o caso Wajngarten é gravíssimo e pode configurar os crimes de conflito de interesses, corrupção e improbidade administrativa. Confira:
Denúncia gravíssima! O chefe da Secom, Fábio Wajngarten, estaria recebendo dinheiro de emissoras de TV e agências contratadas pelo governo! Conflito de interesses? Corrupção? Improbidade administrativa? A certeza é que a mamata não teve fim! https://t.co/NRYWF9C2KH
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) January 15, 2020
Reportagem publicada nessa quarta-feira (15) pela Folha de S.Paulo mostrou que Wajngarten, mesmo depois de assumir a Secom, continua como principal sócio da FW Comunicação e Marketing – agência de publicidade que tem contratos com pelo menos cinco empresas que recebem verbas do governo, entre elas Band e Record.
A legislação, contudo, proíbe integrantes da cúpula do governo de manter negócios com pessoas físicas ou jurídicas que possam ser afetadas por suas decisões, prática conhecida como conflito de interesses. Caso o benefício indevido seja comprovado, o ato se caracterizaria como improbidade administrativa, que pode levar à demissão do cargo.
Por conta disso, a denúncia incomodou Bolsonaro. O presidente chegou a cancelar uma entrevista depois de perguntas relacionadas ao caso e convocar uma reunião para tratar da situação de Wajngarten nessa quarta-feira. Segundo a Folha, ele também já conversou com a Controladoria-Geral da União sobre o caso.
> Bolsonaro convoca reunião para tratar do caso Wajngarten, diz jornal