O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou em vídeo, neste sábado (16), que a oposição ao governo Bolsonaro no Congresso “envidará todos os esforços necessários” para que o ministro da Secretaria-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, preste esclarecimentos aos parlamentares sobre campanhas do PSL.
Suspeitas de candidaturas “laranjas” no partido, nas eleições do ano passado, criaram uma crise que levou o presidente Jair Bolsonaro a decidir, na última sexta (16), pela demissão de Bebianno. O ato deverá ser confirmado no Diário Oficial da próxima segunda (18).
Randolfe, que é membro de um bloco oposicionista de quatro partidos (Rede, PDT, PSB e PPS) no Senado, quer que Bebianno fale sobre “a forma como foi financiada a campanha de Jair Bolsonaro e as candidaturas do PSL”. O senador amapaense afirma que deve haver “convocação ou convite” para que o ministro preste esclarecimentos.
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Na semana passada, o deputado Ivan Valente (Psol-SP), líder do partido na Câmara, já havia exigido, em plenário, que Bebianno fale aos congressistas sobre o caso. Em nota na última sexta, o ministro negou qualquer irregularidade.
A crise
Presidente nacional do PSL durante a campanha eleitoral a pedido de Bolsonaro, de quem foi advogado, o ministro estava com o emprego ameaçado desde a última quarta-feira (13), quando o presidente disse, em entrevista à TV Record, que Bebianno poderia ter de “voltar às suas origens” caso fosse comprovada a participação dele em alguma irregularidade.
Reportagem do último domingo da Folha de S.Paulo mostrou que o PSL repassou R$ 400 mil a uma candidata a deputada federal de Pernambuco que recebeu 274 votos, quatro dias antes da eleição. O repasse, segundo o jornal, foi feito no período em que o ministro era presidente do partido. Atual presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE) é o grande nome da legenda no estado. Bebianno nega irregularidades nos repasses.
Em nota emitida na última sexta, o ministro garantiu que não teve qualquer participação na escolha das candidaturas do partido em Pernambuco. “Reafirmo que não fui responsável pela definição das candidatas de Pernambuco que foram beneficiadas por recursos oriundos do PSL Nacional”, ressaltou. O ministro disse que tem compromisso com o combate à corrupção. “Reitero meu incondicional compromisso com meu país, com a ética, com o combate à corrupção e com a verdade acima de tudo”, completou.