A oposição na Câmara e no Senado anunciou obstrução nas votações de ambas as Casas a partir da próxima semana. Segundo os parlamentares, o movimento é uma defesa da “verdadeira democracia”. O grupo também prometeu apresentar um pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na próxima segunda-feira (9), após as manifestações previstas para o feriado do dia 7 de setembro. Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocaram atos em Brasília e na Avenida Paulista.
O licenciado líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), criticou a decisão de Alexandre de suspender as atividades do X (antigo Twitter) no Brasil. Para ele, o magistrado estaria agindo como um “xerife”. “Nós temos hoje um xerife no Brasil e isso é intolerável para a democracia. Há um desequilíbrio entre os poderes, uma hipertrofia de um Poder sobre os demais. E nós precisamos, como Senado da República, fazermos valer a Constituição brasileira”, pontuou.
Uma reunião na Câmara, marcada para segunda-feira (09), irá definir os próximos passos da obstrução, que é uma medida para pressionar a análise do pedido de impeachment de Alexandre de Moraes. Porém, com a proximidade das eleições municipais, as atividades no Congresso foram reduzidas e a tendência é que a estratégia afete pouco a dinâmica de votações. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), responsável por iniciar esse processo, dá indícios de que não deve haver prosseguimento.
O senador Marcos Rogério (PL-RO), leu um posicionamento da oposição entitulado “Manifesto da verdadeira democracia” no qual os parlamentares criticam a relatoria de Alexandre no inquérito das Fake News e convoca apoiadores a participar do evento na capital paulista no sábado, 7 de setembro.
O ministro determinou a suspensão do X no dia 30 de agosto, até que a rede social cumpra ordens judiciais, pague multas e indique um representante legal no Brasil. Elon Musk, o proprietário da plataforma, está em uma queda de braço com a Justiça brasileira, desobedecendo decisões judiciais de retirar do ar perfis que disseminem conteúdo golpista ou de ataque às instituições. O STF já aplicou ao X multas que somam R$ 18,3 milhões.
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