O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), enviou ao Conselho de Ética a representação do PL contra a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) por quebra de decoro parlamentar. O pedido de cassação foi apresentado pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto, após a deputada chamar a família Bolsonaro de “familícia” e chamar os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro de “bandidos”.
Fernanda Melchionna diz que não se intimidará com o processo. “A representação do PL é patética. Jair Bolsonaro e seus quatro filhos estão, ou estiveram, todos envolvidos em investigações por diversos crimes. Lavagem de dinheiro, tráfico de influência, ‘rachadinha’, roubo de joias, falsificação de carteira de vacinação, tentativa de golpe de Estado, etc. A lista é imensa”, declarou a deputada em nota ao Congresso em Foco.
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Ela afirma que continuará a denunciar os crimes da família do ex-presidente. “Além disso, há fortes indícios da ligação da família Bolsonaro com as milícias do Rio de Janeiro. Como por exemplo, o fato de que a ex-mulher e a mãe do miliciano Adriano da Nóbrega receberam salários do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. A representação do partido é só mais uma tentativa de intimidar aqueles que tem a coragem de enfrentá-los. Mas não nos intimidarão. Vamos lutar pelo nosso mandato no Conselho de Ética e seguiremos denunciando os crimes da família Bolsonaro”, ressaltou.
Caberá ao Conselho de Ética dar andamento ou arquivar a denúncia. Em 5 de dezembro de 2023, na Comissão de Segurança Pública, Fernanda Melchionna criticou o projeto que inclui o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na lista de organizações consideradas terroristas.
Ela declarou que a lista era “escandalosa” e excluía “os escritórios do crime” e “matadores de aluguel que já mataram centenas de pessoas recebendo rios de dinheiro, inclusive, tinham amizade com o chefe dessa turma aqui da comissão, que é o Bolsonaro, que deu medalha, presente e homenageou um dos maiores bandidos do escritório do crime”.
De acordo com a deputada, as milícias não eram citadas por “conivência”. “Não falar não é só pelo silêncio, é, também, por uma conivência com essas organizações criminosas que, quando começaram, tiveram amplo apoio da extrema-direita brasileira que teve de silenciar diante dos crimes organizados por essas organizações criminosas que, ainda hoje, têm amizade e relações políticas com a familícia ou a família Bolsonaro e seus filhos bandidos”, afirmou.
PublicidadeFernanda Melchionna foi repreendida pelo então presidente do colegiado, Sanderson (PL-RS), aliado de Bolsonaro. Houve tumulto com bate-boca entre parlamentares.
Em outubro do ano passado, o Conselho de Ética arquivou representação contra a deputada. Ela foi uma das seis deputadas acusadas pela bancada do PL de quebra de decoro por terem chamado de “assassinos” os que votaram favoravelmente ao projeto que estabelece o marco temporal das terras indígenas,