Candidata a vice-presidente na chapa do petista Fernando Haddad, a deputada estadual gaúcha Manuela D’Ávila (PCdoB) lamentou o apoio que o seu partido deve dar à reeleição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A legenda sinalizou, em reuniões realizadas ontem, sua preferência pela candidatura de Maia. Caso essa decisão seja confirmada, o PCdoB não seguirá, ao menos na eleição da Mesa Diretora, o bloco de esquerda e centro-esquerda de que fará parte na nova legislatura.
Manuela foi cobrada por um grande número de seguidores nas redes sociais, inconformados com a participação do partido em uma aliança que também envolverá a bancada do presidente Jair Bolsonaro, o PSL. A ex-candidata lembrou que, por não ser deputada federal, não participou da discussão de ontem e que, antes mesmo da eleição de 2018, já defendia a união das esquerdas.
“Para mim, o passo inicial seria termos uma posição conjunta, dos cinco partidos de nosso campo, para que juntos buscássemos construir uma candidatura comprometida com a democracia, mesmo que essa não fosse de nossos partidos, já que tal eleição não é terceiro turno presidencial. Não foi o que aconteceu: os partidos seguiram diversos caminhos. Lamentavelmente”, afirmou.
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A deputada estadual disse que o momento deveria ser de união entre partidos como PCdoB, PDT, PSB, Psol e PT em defesa da democracia, e não de divisão interna.
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“Como todos sabem, defendo desde antes da eleição a unidade de todo nosso campo político, razão que resultou, inclusive, na retirada de minha pré-candidatura à Presidência da república. Para mim, demarcações e divisões entre partidos de oposição a Bolsonaro de nada servem ao Brasil e às duras batalhas que teremos pela frente, não estamos numa batalha contra ou a favor de nenhum partido de esquerda mas em defesa da permanência da democracia”, escreveu em sua página no Facebook em resposta a um seguidor.
Manuela indicou que deve defender sua posição em reunião da direção partidária, marcada para o próximo dia 30. Além do PCdoB, o PDT também sinalizado preferência pela candidatura de Rodrigo Maia. Os dois partidos vão integrar um bloco de esquerda e centro-esquerda sem o PT. A aproximação com Maia é articulada pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), amigo do presidente da Câmara.
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