O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), deu demonstrações de que não vai permitir que o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) saia da liderança da maioria.
Passada mais de uma semana desde que um requerimento assinado por 11 líderes partidários foi encaminhado para que Aguinaldo seja substituído pelo deputado Celso Sabino (PSDB-PA), o congressista do PP da Paraíba permanece no posto.
Maia e o líder do PP, Arthur Lira (AL), jantaram na última quinta-feira (6), mas nem Lira desistiu de emplacar Sabino na liderança da maioria, nem Maia abriu mão de manter o aliado Aguinaldo Ribeiro no posto.
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Como justificativa para que o requerimento não fosse aceito, Maia diz que ele não obedeceu aos trâmites estabelecidos pelo sistema remoto que a Casa tem adotado desde o início da pandemia. A solicitação foi encaminhada por e-mail e não por meio do sistema eletrônico interno da Câmara.
Defensores da indicação de Sabino afirmam que o regimento interno da Casa é maior que qualquer ato da Mesa Diretora e por isso defendem a validade do requerimento. Ainda assim, Arthur Lira tenta de novo reunir as 11 assinaturas, mas desta vez enfrenta mais dificuldades.
O Republicanos, que assinou a primeira lista, se recusa a assinar a nova. Um deputado do partido classificou como “errático” o movimento do líder do PP. “Achamos um movimento que só quem perde é o governo. Ficou uma coisa pessoal”.
Lira e Maia têm travado um embate. O deputado do PP de Alagoas quer ser presidente da Câmara e, para isso, tem feito uma ponte entre governo e Congresso para nomeação de cargos. O presidente da Câmara é próximo de Aguinaldo Ribeiro, que tem um perfil independente do governo. Ele é o relator da reforma tributária.
Apesar disso, eles têm se preocupado em dar demonstrações públicas que não há conflito entre os dois. O deputado do DEM tem elogiado Lira em entrevistas coletivas e os dois participaram juntos de reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na terça-feira (11).
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