O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi à tribuna da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (5) para expressar sua posição sobre o projeto de socorro a estados e municípios durante a pandemia da covid-19. Aprovada no Senado no último sábado (3), o texto está sendo analisado neste momento pelos deputados.
> Governo atropela Regina Duarte, e maestro que associou rock ao satanismo volta à Funarte
Maia estava falando do debate em torno do projeto quando citou críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes, a sua pessoa e à Câmara. “A Câmara dos Deputados nunca será submissa a nenhum governo. Será sempre respeitosa e sempre vai trabalhar de forma independente”, disse ele. Maia e Guedes trocaram farpas nas últimas semanas, o que fez a equipe econômica tratar do projeto de auxílio a estados com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Leia também
Segundo Maia, a discussão em torno do texto foi útil para mostrar que a tese de defesa a estados e municípios prevaleceu. “A nossa tese do valor a ser transferido a estados e municípios durante o período de quatro meses prevaleceu”, disse ele.
Para Maia, a divergência com o Senado foi apenas no tocante à forma de distribuição dos recursos. Ele negou queda de braço entre as duas Casas. “Eu não vou brigar com o presidente Davi. Eu não vou criar conflitos insuperáveis com o Senado Federal porque o nosso papel, hoje e sempre, é de construir convergências e, através do diálogo, construir soluções”, afirmou.
O deputado defendeu que a Câmara aprove o texto tal qual encaminhado pelos senadores, sem alterações, a fim de remeter o projeto à sanção o quanto antes e assegurar a destinação dos recursos aos entes da Federação. Em sua opinião, o congelamento do salário do funcionalismo público por 18 meses é um gesto de contribuição à crise.
> Câmara deve manter texto do Senado para acelerar socorro a estados
Sobre as relações de trabalho no pós-pandemia, Maia expressou preocupação. Para ele, haverá redução na renda dos trabalhadores, diminuição no lucro das empresas e aumento da informalidade. “Não tem milagre a ser feito”, disse ele, defendendo uma repactuação do Estado brasileiro.
> Cadastre-se e acesse de graça, por 30 dias, o melhor conteúdo político premium do país