O senador Izalci Lucas (DF), atual líder do PSDB no Senado, está deixando o partido. Em 26 de março, o parlamentar deve assinar a sua filiação ao PL (Partido Liberal).
Com isso, o PSDB ficará com somente um senador: Plínio Valério (AM), que também é alvo de cobiça de outros partidos. O PL, por exemplo, tem como objetivo se tornar a maior bancada partidária do Senado.
Com 12 senadores, o PL é o segundo maior partido do Senado, ficando atrás somente do PSD, que tem 15. Agora, o partido de Jair Bolsonaro contará com 13 senadores. Quanto mais senadores, mais fácil fica para o partido de oposição negociar mais espaço na Mesa Diretora e nas comissões, alvos de discussão na disputada pela presidência da Casa Alta, em 2025.
A ida de Izalci para o PL é negociada e estudada desde 2023. Dessa forma, sua saída não causou surpresa nos dirigentes do partido e foi bem aceita, segundo apurou o Congresso em Foco.
Leia também
Derrocada do PSDB
Fundado em 1988 como uma dissidência do MDB, o PSDB tem entre os seus fundadores o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. O partido se colocava como a principal oposição ao poder por décadas. Atualmente, tenta “radicalizar no centro” com “sensatez”.
PublicidadeUm dos maiores partidos em número de filiados do Brasil, com 1,32 milhão, o PSDB diminuiu de tamanho em 2022. Sem candidato para a Presidência da República, o partido também amargou nos estados: elegeu somente três governadores, com Raquel Lyra (PE), Eduardo Leite (RS) e Eduardo Riedel (MS).
No Congresso Nacional, o PSDB, em sua federação com o Cidadania, só conseguiu eleger 18 deputados federais. Nenhum senador foi eleito em 2022.
Ainda assim, no Senado contava com quatro nomes: Izalci Lucas (DF), Plínio Valério (AM), Mara Gabrilli (SP) e Alessandro Vieira (SE). Os últimos dois deixaram o partido em 2023. Com isso, o PSDB perdeu o gabinete de liderança do Senado, espaço a que a sigla tinha direito desde sua fundação.
Agora, com a saída do líder da sigla, Izalci, o partido terá somente um senador. É o pior momento para o PSDB na Casa, que contava com oito senadores em 1988, na sua fundação.