O senador Humberto Costa (PT-PE) divulgou em suas redes sociais que entrou com representação na Procuradoria-Geral da República contra o Partido Liberal (PL). O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, preso na manhã desta quinta-feira (8) por porte ilegal de arma é um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
“Estou enviando representação ao PGR para que abra investigação sobre a participação do PL em tentativa de golpe e abolição violenta do Estado democrático de Direito. Se comprovada a atuação, vou requerer a cassação do registro do partido por envolvimento em atividade criminosa”, disse o senador petista.
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Segundo a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o PL atuou financiando as narrativas do grupo envolvido nos atos de 8 de janeiro. “Destaca a autoridade policial que o avanço das investigações demonstrou a instrumentalização do Partido Liberal ‘para financiar a estrutura de apoio às narrativas que alegavam supostas fraudes às urnas eletrônicas, de modo a legitimar as manifestações que ocorriam em frentes as instalações militares”.
Outros parlamentares também repercutiram nas redes a nova operação da PF, que teve como alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, como os ex-ministros Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres e o já citado presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
“O país vive uma situação de não normalidade. Inquéritos eternos buscam ‘pelo em ovo’, atacando, sob a justificativa de uma pretensa tentativa de golpe de estado, a honra e a integridade de Chefes Militares que dedicaram toda uma vida ao Brasil”, disse o senador e ex-vice presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS).
O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), também reproduziu o discurso de Mourão sobre uma pretensa perseguição da PF à oposição. “O regime instalado no país, a partir de um inquérito sem precedentes num Estado de Direito, avança ainda mais sobre lideranças da oposição, avança sobre um partido político e sobre inclusive membros das forças armadas e a própria. Acua, persegue, silencia e aplaca a oposição no Brasil querendo exterminar politicamente os seus opositores com a mão de ferro do judiciário e a Polícia do Estado”.
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), comemorou nas redes a atuação da PF na Operação Tempus Veritatis, que significa “tempo da verdade” em latim. “O tempo da verdade chegou: Jair Bolsonaro comandou uma tentativa de golpe contra Lula e contra a Democracia, em articulação com seus cúmplices civis e militares, inclusive ex-ministros e altas patentes”, escreveu a parlamentar.
Gleisi ainda acrescentou que a atuação da PF “não é perseguição, é a conclusão de um detalhado inquérito da Polícia Federal sob supervisão do Supremo Tribunal Federal” e que tudo está documentado na decisão. “A minuta do golpe, a espionagem sobre o ministro Alexandre Moraes, com vistas a sua prisão, a movimentação ilegal de dinheiro público, está tudo na decisão que desencadeou a operação policial desta manhã. O tempo agora é de julgar e punir exemplarmente os comandantes do golpe”.