Em entrevista realizada após a reunião desta quinta-feira (31) na CPMI dos atos antidemocráticos, a relatora Eliziane Gama (PSD-MA), alegou não ter dúvidas sobre a omissão intencional de parte dos agentes públicos de segurança durante as invasões de 8 de janeiro.
“Até o momento, eu não tenho uma definição final, mas eu acredito que, sobre omissão proposital dolosa, eu não tenho dúvida de que houve da parte de vários agentes públicos, e isso nós consignamos em nosso relatório final”, afirmou a relatora. Ao longo dos depoimentos, parlamentares governistas mantiveram críticas constantes à postura da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que descumpriu a ordem de bloqueio do acesso de pedestres à Esplanada dos Ministérios. Opositores já acusam o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de não ter se preparado para os ataques.
Apesar de pertencer a um partido governista, Eliziane Gama afirmou que não apontará os possíveis agentes que se omitiram sem antes concluir as investigações da CPMI. “Nós estamos em fase de investigação, nós estamos lendo documentos, estamos ouvindo ainda vários depoentes. Eu não posso antecipar neste momento, como só apresentarei na reta final as pessoas que serão de fato indiciadas”, anunciou.
Leia também
A CPMI recebeu nesta quinta o ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias, que pediu exoneração do cargo após o vazamento de imagens suas transitando no Palácio do Planalto durante a desocupação do prédio. A relatora considerou positivo o saldo da oitiva, avaliando que o depoimento ajudou a elucidar as dúvidas decorrentes das gravações.
Para as reuniões seguintes, Eliziane defende ouvir o general Gustavo Henrique Dutra, que comandava o Comando Militar do Planalto na data das invasões. Ela também considera necessária uma acareação entre a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti, ambos suspeitos de tentar invadir o sistema das urnas eletrônicas sob ordens de Jair Bolsonaro em 2022, bem como receber novamente o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid.