O deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), que oficializou o lançamento da sua candidatura à presidência da Câmara na noite dessa quarta-feira (20), durante jantar com jornalistas, aposta em uma estratégia diferente em relação aos seus principais adversários, o presidente de seu partido, Baleia Rossi (MDB-SP), e o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), que têm viajado país afora em busca de apoio do mercado e de governadores. Além de oferecer seus tradicionais almoços e jantares aos colegas, Ramalho não desgruda do telefone. “Já falei com 488 deputados”, contou ele ao Congresso em Foco.
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O emedebista concorreu em 2019 e recebeu 66 votos. “Desta vez acho que chego aos 180”, afirma. Disputando de maneira avulsa, sem o apoio do partido, ele aposta na aliança com deputados que se sentem desprestigiados tanto pela cúpula da Câmara quanto pelo governo, o chamado baixo clero. “Somos deputados federais lá fora. Dentro da Casa, somos ninguém. A pauta vem pronta. Doze deputados é que mandam”, diz, referindo-se aos presidentes da Câmara e dos partidos, a alguns líderes e ao relator do orçamento. “Queremos o empoderamento dos demais parlamentares. Tem de ser um clero só. Não quero ser Maia nem Bolsonaro”, acrescenta.
Segundo ele, grande parte dos deputados ficou incomodada com o que consideram poder excessivo do presidente Rodrigo Maia. Uma insatisfação que se reflete, de acordo com Fábio Ramalho, na dificuldade de Baleia Rossi, candidato de Maia, de conseguir apoio inclusive dentro de seu bloco partidário.
Conforme o Radar do Congresso, ferramenta do Congresso em Foco, Fábio Ramalho votou com o governo em 87% das votações. Índice de governismo semelhante ao de Lira (88%) e Baleia (90%). O deputado, que tem boa relação na esquerda e na direita, costuma aplacar a fome dos colegas com feijoadas e comida mineira servidas no restaurante anexo ao plenário nas noites de votação. Também já recebeu em sua casa para jantares o presidente Jair Bolsonaro e o então presidente Michel Temer.
Deputada do MDB trai Baleia Rossi e declara apoio a Arthur Lira