O presidente da Comissão de Segurança Pública na Câmara dos Deputados, Alberto Fraga (PL-DF), abriu a primeira sessão do ano solicitando o arquivamento dos requerimentos apresentados solicitando a convocação do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para falar da fuga de dois presidiários na penitenciária de Mossoró (RN). Fraga, que é também presidente da Bancada da Bala, afirmou que planeja manter uma relação pacífica com o chefe da pasta.
“Em uma primeira reunião, eu não acho razoável a gente já entrar com requerimentos de convocação de um ministro quando, na realidade, sequer eu sei qual é o posicionamento dele. Nenhum de nós sabemos”, afirmou Fraga, solicitando um “voto de confiança” do colegiado, majoritariamente formado por membros da própria Bancada da Bala. O deputado terá uma reunião a sós com Lewandowski às 18h, quando planeja apresentar as prioridades da comissão e ouvir a agenda do governo sobre a segurança pública.
O deputado acrescentou que, no primeiro momento das atividades da comissão, pretende tentar uma abertura com o governo. “A tentativa nossa é de manter inicialmente um diálogo. Nós precisamos de um diálogo. Não precisamos levar tudo a ferro e fogo. O governo precisa das nossas ideias. Acho muito melhor a gente caminhar de forma pacífica”, afirmou. Ele também espera conseguir, com essa aproximação, articular a revogação de parte do decreto de 2023 que restringe o comércio de armas para civis.
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A relação entre a comissão e o governo foi de conflito intenso em 2023. Flávio Dino, ex-ministro da Justiça, era abertamente contrário ao armamentismo, pauta principal da Bancada da Bala. Ele foi convocado múltiplas vezes pelo colegiado, em reuniões marcadas por tumulto em meio à discussão com os deputados. Fraga garantiu aos demais deputados que tal cenário não vai se repetir. “Uma coisa eu posso garantir aos senhores: é muito diferente de Flávio Dino. Então vamos dar um voto de confiança”.
Apesar da resistência da bancada, a Comissão acatou o pedido pelo arquivamento.