O senador Cid Gomes (PDT) é a favor de que os partidos de oposição ao governo de Jair Bolsonaro fiquem ao lado de Rodrigo Maia (DEM-RJ) nas eleições para a presidência da Câmara, em fevereiro de 2021.
Na quinta-feira (19), Maia esteve em Fortaleza (CE) e se reuniu com os irmãos Ciro e Cid Gomes, o governador Camilo Santana (PT-CE), e o líder da minoria, deputado José Guimarães (PT-CE).
Perguntado pelo Congresso em Foco se o apoio do PDT está definido, Cid Gomes disse: “não, ainda não, mas defenderei que participe”.
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Maia ainda não decidiu quem vai apoiar para ser o seu sucessor, mas já articula a formação de um bloco. Os deputados Baleia Rossi (MDB-SP), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Luciano Bivar (PSL-PE) tentam ser candidatos do grupo.
“Ele acha e eu concordo que é para primeiro fazer um bloco, define as diretrizes, faz o bloco e na sequência resolve”, disse o senador do PDT.
O pedetista acredita que todos os partidos progressistas estarão ao lado do grupo de Maia na disputa contra Arthur Lira (PP-AL), que é o candidato do governo.
Além da oposição, Maia tem no seu radar de alianças o MDB, PSDB, Republicanos e PSL. Lira tem como aliados, além do PP, o PL e o PSD, que têm atuado como base de Bolsonaro.
Em outubro do ano passado, em meio a uma disputa entre Câmara e Senado sobre os critérios de divisão dos recursos do pré-sal, texto relatado por Cid, o senador fez um duro discurso contra Arthur Lira.
“Trabalhei na campanha do deputado Rodrigo Maia [para presidente da Câmara em 2019], mas o que está acontecendo lá é que o presidente está se transformando numa presa de um grupo de líderes liderado por aquele que, podem escrever o que estou dizendo, é o projeto do futuro Eduardo Cunha brasileiro.”
Eleições 2020 e 2022
Sobre o desempenho do partido nas eleições municipais, o senador disse:”A gente fez alianças com o PSB, com a Rede e com o PV. O PDT foi o que mais fez prefeitos, dos partidos progressistas, e estamos nos segundo turno em Recife, Fortaleza, com candidatos ou apoiados, que a gente tem o vice. Recife, Fortaleza, Aracaju, Belém…”
Cid Gomes também falou sobre os diferentes tipos de alianças construídas pelo PDT visando a disputa presidencial de 2022. “Há dois movimentos que estamos atentos e dispostos a integrar. Um movimento é o arco de alianças com partidos progressistas já em curso, PSB, PDT, PV e Rede, sempre aberto a participação de mais”.
O congressista disse que há um diálogo do PDT com o DEM, principalmente por meio de Rodrigo Maia e do presidente do partido, ACM Neto, que também é prefeito de Salvador (BA). Neto conseguiu eleger o aliado Bruno Reis (DEM) como sucessor na capital baiana. A vice de Reis, Ana Paula Matos, é do PDT.
“Há um outro movimento que tem a ver com essa eleição da Câmara, que é uma coisa centro-progressista e alguns partidos que tem mais uma linha de independência em relação a Bolsonaro, de centro e partidos progressistas. Isso que eu acho que vai vingar na eleição da Câmara”.
Questionado se o fato de ter dois ministérios no governo de Jair Bolsonaro enfraquece o discurso de independência do DEM, Cid negou: “Foram escolhas diretas de Bolsonaro, não foram escolhas partidárias”.
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