A presidente da Comissão de Constituição e Justiça(CCJ) da Câmara dos Deputados, deputada Bia Kicis (PSL-DF), foi criticada na sessão desta segunda-feira (17) por censurar parlamentares, não conceder questão de ordem aos integrantes do colegiado e interromper a fala dos colegas.
A sessão foi dedicada à leitura do relatório da reforma administrativa e a homenagear o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que veio a óbito vítima de câncer. Os parlamentares pediram vista na votação da PEC 32/2020, que trata da Reforma Administrativa e é debatida na comissão.
O primeiro ponto do desentendimento foi a leitura da ata por Bia Kicis. De acordo com as deputadas Maria do Rosário (PT-RS) e Erika Kokay (PT-DF), havia pontos contestáveis no registro.
Ao pedir questão de ordem, a deputada Erika Kokay foi diversas vezes interrompida.
“Se a questão de ordem for sobre a ata eu não vou permitir porque a questão está superada”, interrompeu Bia Kicis.
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A deputada Erika contestou que a fala não seria sobre a ata. Mais uma vez, foi interrompida pela presidente. “Então por favor não fale da ata porque a questão da ata está superada”, disse.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) pediu a palavra em questão de ordem para criticar a atitude de Bia Kicis. “Me causa estranheza o nervosismo que a senhora está conduzindo a reunião, isso não vai ajudar no nosso trabalho”.
“Entre as competências da presidente não está arbitrar o tempo de fala que está previsto no regimento interno. A presidente tem que ter paciência e respeitar os colegas”, disse sem ser interrompido por Bia Kicis.
Ao pedir a palavra, o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) também aparentou incômodo. “Tô vendo com preocupação esse debate especialmente quando estamos vendo as coisas serem atropeladas. Eu tenho um respeito muito grande pela senhora [sic] cujo respeito não estou recebendo”.
Ao ser interrompido pela presidente, Pompeo disse que Bia Kicis “gosta de briga”. “Tá pedindo briga me negando um minuto”, comentou.
O deputado Ivan Valente (Psol-SP) também protagonizou uma discussão com a presidente. Ele também foi interrompido por Kicis. Veja:
Bia compõe a chamada ala ideológica do governo federal e é uma das aliadas mais fiéis ao presidente Jair Bolsonaro. Dados do Radar do Congresso, plataforma de dados do Congresso em Foco, apontam que Bia acompanhou o governo em 97% das votações nominais da Câmara.
Ela defende em suas redes sociais o uso de medicamentos ineficazes contra o novo coronavírus e é contrária ao uso de máscaras e do isolamento social.
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