O senador Marcos Rogério (DEM-RO), aliado do presidente Jair Bolsonaro, avalia que o depoimento do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello à CPI da Covid está “excelente”.
De acordo com o congressista, que celebrou sua intervenção na comissão ao exibir um vídeo de governadores do Consórcio Nordeste e de São Paulo defendendo o uso cloroquina ainda no início da pandemia sem contextualizar a investida, “o impacto está sendo percebido na CPI, a oposição está constrangida”, disse.
Para o senador, o G7 – grupo de senadores que se declararam independentes ou contra o governo na CPI da Covid, começou a perder de 7×1 quando acreditou que o ministro ia ficar calado no depoimento. “Coloco 7×1 porque tem algumas coisas… um ponto ou outro que não é elemento”.
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“Pazuello pediu o habeas corpus para evitar constrangimento, para se proteger dos abusos. Isso não prejudicou o depoimento dele. Ele responde todas as perguntas”, apontou.
Na oitiva de ontem (19), ao ser inquirido pelo senadora Eliziane Gama ( Cidadania-MA), Eduardo Pazuello se calou ao ser questionado sobre o avião que os Estados Unidos ofereceu para a transportação de oxigênios para Manaus. Foi revelado pela revista Crusoé que o Ministério da Saúde recusou porque teria que reembolsar os EUA.
Marcos Rogério disse não ter conhecimento sobre o caso. “Nem os senadores sabiam disso. Eu, por exemplo, não sei o que foi isso.”
Ao comentar sobre o TrateCov, plataforma que recomendava cloroquina até para bebês, o senador disse que “não sabia daquele negócio de aplicativo”. Apesar do aliado do planalto afirmar não ter conhecimento sobre o caso, a Procuradoria da República no Distrito Federal (PR-DF) abriu um inquérito contra Pazuello para apurar se o general cometeu atos de improbidade administrativa.
A investigação foca na compra pela pasta de medicamentos ineficazes contra a covid-19, e no aplicativo desenvolvido pelo ministério.
Mais cedo, o filho do presidente, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), também disse estar satisfeito com a fala de Pazuello. Foi “bom, consistente, esclarecedor e tranquilo”, disse ao Congresso em Foco. Para o filho do presidente, a oposição tenta explorar “possíveis contradições”.
“Ficou claro que o general agiu da melhor forma que podia. […] A falta de oxigênio em Manaus foi falta de planejamento do estado. Quando acionaram o Ministério da Saúde, mesmo não sendo competência deles, foram atendidos”, disse o zero um.
Flávio Bolsonaro avalia que todas as oitivas da CPI até o momento foram positivas, mesmo as de ex-aliados do governo. “Os depoimentos estão frustrando muito a oposição”.
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