O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), anunciou que irá se desfiliar da legenda após a filiação há alguns dias do presidente Jair Bolsonaro, a quem hoje faz oposição. Citando “situações inconciliáveis” em seu estado natal, Ramos indicou que deve sair do partido em breve. Se uma ação declaratória de justa causa, apresentada por ele, não permitir sua saída imediata, ele deverá desembarcar oficialmente do PL na janela partidária no próximo ano.
Em coletiva concedida há pouco em seu gabinete, Ramos disse que um dos motivos principais de sua saída é mesmo a chegada do presidente Jair Bolsonaro à legenda, visando as eleições de 2022. O parlamentar indicou que não participará de nenhum partido que apoie o presidente ano que vem, e que deverá partir para a oposição a ele. “Só há um extremo nesta eleição: Bolsonaro”, disse o parlamentar a jornalistas. “Eu não estarei em um palanque, o de Bolsonaro. Onde eu estarei, o tempo irá dizer.”
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O vice-presidente da Câmara indicou que conversou com PSD, PDT e o deputado Paulinho da Força (SP), que comanda o Solidariedade. Em 20 minutos, ele falou sobre ter conversas abertas com quase todos os partidos, e citou ter canais de diálogo também com líderes do PSDB, Cidadania e Republicanos.
Ramos elogiou o presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto. Segundo Ramos, sua saída foi conversada, e o manda-chuva do partido teria indicado que não cobraria seu cargo de deputado ou a vaga de vice-presidênte da Câmara. “Que bom que os casamentos às vezes acabam de forma amigável”, disse o deputado, usando de uma metáfora comum ao próprio Bolsonaro.
O amazonense ainda agradeceu ao apoio de membros da bancada do partido, mas evitou dizer se outros seguiriam seu caminho.