O ministro da Educação, Abraham Weintraub, diminuiu os erros ocorridos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nesta terça-feira (11) durante audiência pública na Comissão de Educação do Senado. De acordo com ele, apesar de individualmente relevantes, as falhas nas notas de 5.974 participantes, estatisticamente, tiveram um impacto “inexistente”.
“Qual a quantidade de pessoas [afetadas]? 5.100, mas de um universo de 4 milhões. Elas, individualmente, são relevantes, mas, estatisticamente, o impacto na nota de corte é inexistente, ele tende a zero”, explicou Weintraub, citando que parte das falhas ocorreu em provas de participantes em treinamento, os treineiros.
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O ministro rebateu as críticas feitas por estudantes e por deputados e senadores e reafirmou que o Enem de 2019 foi o melhor da história, mesmo com os problemas, já que, historicamente, o exame teve falhas em outras edições.
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“Eu não prometi que seria, mas foi o melhor Enem de todos os tempos. Depois que saiu eu posso falar, agora eu estou trazendo os números e peço: traga outro que tenha sido melhor. Não estou falando que não teve erro nenhum, que não tem nada pra melhorar, que foi perfeito. Traga outro e fala: ‘não, o de 2008 foi melhor que esse’. Só vai ter um Enem melhor que foi o de 19: é o deste ano”, afirmou.
Ele afirmou que, ao contrário das edições passadas, a de 2019 não teve problema na “estrutura, no desenho ou que tenha prejudicado o resultado de ninguém, ao contrário do que acontecia no passado”.
“Não houve fraude, não houve furto de prova, não houve vazamento de questão, não houve esquema com gráfica, não houve nada do que caracterizava os Enens passado”, afirmou, citando falhas que ocorreram em edições anteriores.
A afirmação, no entanto, foi rebatida pelo líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que afirmou que o último Enem com falhas foi o de 2012, quando 129 alunos tiveram falhas na correção de suas redações.
Weintraub, no entanto, defendeu que erros aconteceram nas edições seguintes e citou “questões polêmicas que tiram totalmente a credibilidade e a legitimidade do Enem” em 2015. “O local [Enem] não é para doutrinar. Doutrinar a gente doutrina fora do Enem, fora das instituições”, disse.
Resposta no Twitter
O ministro afirmou que ele teria notado o erro dos estudantes pelas redes sociais e defendeu que o gestor tenha esse comportamento, uma vez que o auxiliaria a “saber o que está acontecendo”. De acordo com ele, essa é uma prática que ele aprendeu na iniciativa privada. “Do mesmo jeito que eu descobri a questão da prova, essa interação pessoal direta ela ajuda muito para você saber como está a qualidade, o que tá sendo feito”, disse.
Em 26 de janeiro, Weintraub respondeu na rede social a um pai que questionava a nota da sua filha no Enem. A ação foi criticada por congressistas, que alegaram quebra do princípio de impessoalidade.
Na audiência nesta terça, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) relembrou o assunto. Ele questionou se todos os participantes tem acesso às redes sociais e afirmou que Weintraub não deveria ter esse comportamento em um cargo público.
“Gravíssima violação ao principio da impessoalidade quando o senhor aceitou pedido feito pelo Twitter de correção de prova. Será que todos tem acesso? E volto a esclarecer que o senhor não está em uma empresa privada. Talvez a sua forma de atuação na empresa privada fosse uma, aqui, no Estado, ele tem que ser impessoal, doa a quem doer”, defendeu.
Weintraub rebateu, afirmando que o usuário que pediu a correção “em nada foi beneficiado a mais que os outros” e que “aprende muito com as interações”.
“Se o meu jeito causa um certo mal-estar em que está acostumado com uma fleuma falsa, que não é do brasileiro, eu acho que está no jogo democrático o senhor ir lá com o Frota, não sei se ele fez uma avaliação jurídica também do impeachment, para entregar para o STF o meu impeachment“, disse.
Críticas à imprensa
Weintraub voltou a criticar a imprensa durante a audiência na manhã de hoje, defendendo que há “má vontade” contra ele, principalmente, das organizações Globo e da Folha de S. Paulo. “Teve uma chuva de fake news, mas eu já estou acostumado com a chuva de fake news”, disse.
“Não é novidade para ninguém que a imprensa tem má vontade. Não a imprensa como todo, mas duas famílias, principalmente, que controlam 70% da mídia tem uma grande má vontade. Todos os veículos que eles controlam tem distorção”, afirmou.
#JuntosComWeintraub x #ForaWeintraub
O Twitter respondeu de maneira polarizada a presença do ministro no Senado. Durante a audiência, a hashtag que pedia a demissão do economista ficou nos trending topics do Twitter nacional. A tag contou com o apoio de deputados e senadores, além da União Nacional dos Estudantes (UNE), que esteve presente na oitiva. Contudo, a hashtag de pessoas e políticos a favor do governo, que tuitavam apoiando o mantimento do ministro no cargo ficou em primeiro lugar entre os assuntos mais comentados na rede social.
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