O blogueiro Allan dos Santos, dono do site Terça Livre, está na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI mista) das Fake News para prestar esclarecimentos sobre a acusação de propagar fake news e ataques virtuais contra os adversários do presidente Jair Bolsonaro. Allan, desde o início da sessão, atacou o Partidos dos Trabalhadores (PT), pediu doações para o blog e chegou a mandar beijos para uma colaboradora freelancer de seu site.
> CPI das Fake News ouve o blogueiro Allan dos Santos
O blogueiro apareceu no Senado vestindo uma camisa amarela e verde, em referência ao Brasil. Allan afirmou que não tem formação em jornalismo, mas que atua como um profissional de imprensa “graças ao Lula”. O ex-presidente vetou a obrigatoriedade de diploma para o exercício da profissão de jornalista, o que foi referendado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2009.
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Por diversas vezes durante a tarde, Allan respondeu aos deputados trazendo as acusações ou mesmo fatos, sobre a atuação do PT e o envolvimento do partido em escândalos.
O dono do Terça Livre afirmou que criou o site para defender o conservadorismo e atuar contra as “guerrilhas armadas do Brasil”.
Ao ser questionado se atua como militante do presidente Jair Bolsonaro, Allan se limitou a responder que apoia o mandatário. “Eu apoio o presidente da República, o que mais a senhora quer saber?”, respondeu Allan.
PublicidadeSegundo o blogueiro, ele não compartilha fake news, mas se limita, naquilo que ele entende ser o dever do jornalista, a compartilhar os pensamentos de outras pessoas sobre determinadas situações, não sendo ele, desta maneira, o criador da fake news.
“Não checar a informação que se recebe e divulgar de primeira é uma atitude criminosa” rebateu o senador Humberto Costa (PT-PE), afirmando que o “papel do jornalista é checar a informação”.
O blogueiro utilizou da transmissão da TV Senado e do Youtube para fazer propaganda do seu site. Ele pediu doações a quem estava assistindo e relembrou que o site estava transmitindo a sessão e com isso ele estava ganhando audiência. “Um grande beijo para a Fernandinha”, chegou a dizer Allan dos Santos olhando para as câmeras, em referência a uma colaboradora Freelancer do seu site.
O blogueiro aceitou ter a quebra de seu sigilo bancário, mas se recusou a responder ao petista Humberto Costa, se dissemina fake news nas redes sociais. “Como o senhor foi condenado por fake news, eu me resguardo ao direito de ficar calado”, respondeu Allan. O senador afirmou que não responde nenhum processo do tipo e que nas acusações que foram feitas contra ele, já foi inocentado.
Allan dos Santos foi convocado para a CPI das Fake News antes mesmo de Alexandre Frota ter falado das supostas milícias virtuais alinhadas ao governo Bolsonaro, que segundo o deputado tucano são comandadas pelo Terça Livre e por Olavo de Carvalho. O requerimento de convocação do blogueiro, por sinal, foi apresentado pelo deputado Rui Falcão (PT-SP).
O fundador do Terça Livre, contudo, recebeu apoio dos parlamentares que são aliados de Bolsonaro e estão na CPI mista das Fake News. A deputada Bia Kicis (PSL-DF), Filipe Barros (PSL-PR), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) entre outros parlamentares defensores de Jair Bolsonaro.
A #SomosTodosAllan chegou a ficar entre os assuntos mais comentados do Twitter no início da tarde, pouco antes do depoimento começar. O blogueiro agradeceu o apoio dos internautas. “É com esse apoio de inúmeros homens e mulheres patriotas que o pequenino Terça Livre chegou até aqui. Hoje, é o maior canal conservador de informação e cultura da América Latina. São cinco anos de perseverança. Obrigado a todos pelo carinho expresso na tag #SomosTodosAllan!”, escreveu na sua rede social.