O deputado mineiro e ex-presidente do PSDB Aécio Neves foi eleito nesta sexta-feira (12) presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara. Foram 25 votos a favor do tucano e seis brancos.
A definição do comando das comissões aconteceu na terça-feira (9) durante reunião entre o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários. É a primeira vez que o tucano assume um posto de destaque desde maio de 2017, quando foi envolvido nas delações da JBS.
Também nesta sexta, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) foi eleita presidente da Comissão de Meio Ambiente. A congressista do PSL costuma repercutir o discurso do presidente Jair Bolsonaro de que as organizações não governamentais (ONGs) mentem sobre o aumento do desmatamento.
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A deputada também já acusou sem provas ONGs de queimarem as florestas da Amazônia. “ONGs, que supostamente deveriam estar protegendo, estavam colocando fogo na Amazônia para criminalizar um governo que é novo, de direita”, disse a deputada em um evento da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2019.
O PSL também tem o comando da Comissão de Constituição e Justiça, com Bia Kicis (DF), e da Agricultura, com Aline Sleutjes (PR).
Também foram os eleitos nesta sexta os deputados Bacelar (Podemos-BA) como presidente da Comissão de Turismo, Felipe Carreras (PSB-PE) como coordenador da Comissão de Esportes e Waldenor Pereira (PT-BA) no comando da Comissão de Legislação Participativa.
PublicidadeA Comissão de Relações Exteriores também era almejada pelo PT e pelo PSL, as duas maiores bancadas da Câmara. O PSL comandou o colegiado em 2019, com Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e tentou manter o controle em 2021.
Lira comunicou há duas semanas a deputados do PSL que o comando da comissão seria dado ao mineiro. Integrantes do partido veem nisso uma quebra de acordo já que o presidente da Câmara prometeu em sua campanha respeitar a proporcionalidade. O PSL tem 20 deputados a mais que o PSDB.
Aécio negociou diretamente com Lira a presidência da comissão. Os dois são próximos e o deputado do PP tem ajudado o mineiro na guerra contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Ainda que o partido tenha ficado formalmente no bloco de Baleia Rossi (MDB-SP), Aécio levou muitos votos do PSDB para Lira. O mineiro tem ficado longe dos holofotes desde que foi flagrado no escândalo da JBS em 2017, mas nos últimos dias ele tem ensaiado um retorno ao centro do debate político.