Confesso que iniciei 2019 cético quanto a política econômica defendida pelo ministro Paulo Guedes. A hostilidade à indústria nacional, a defesa de uma abertura comercial sem limites, a complacência com bancos e a precarização de direitos trabalhistas e sociais, medidas alardeadas, pareciam um caminho para aprofundar a crise que submete milhões de brasileiros ao desemprego e a alarmante desigualdade social que envergonha o nosso país.
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No segundo semestre ficou clara pra mim uma flexão na política econômica que corrigiu rumos e está criando um ambiente para que 2020 seja um ano de retomada da economia e do emprego.
O ministro Paulo Guedes que começou o governo agarrado a um liberalismo extremado e insensível do ponto de vista social, termina o ano falando em abertura comercial calibrada para preservar a competitividade da indústria nacional, interviu para reduzir os juros do cheque especial e do cartão de crédito, baixou juros da Caixa Econômica Federal, estimulou fintechs financeiras para concorrer com bancos e tem buscado um caminho mais equilibrado de valorização do setor produtivo nacional, para que possamos retomar a criação de emprego formal.
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Os desafios ainda são enormes. A queda do desemprego ainda se dá por um absurdo aumento de empregos precários e informais, aumenta o numero de miseráveis e, por conta da perda de renda das camadas mais baixas, aprofunda a escandalosa desigualdade social no pais. Mas creio que criamos o ambiente econômico para em 2020 começar a enfrentar esses desafios.
PublicidadeInfelizmente, ainda há muita instabilidade política fruto da conduta beligerante do presidente com os outros poderes e instituições democráticas.
2020 é verdadeiramente um momento de renovar as esperanças com o país . As condições econômicas estão criadas. Rezemos para que as crises políticas não transformem toda essa esperança em frustração.
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