Folha de S. Paulo
Petrobras contratava navios só com autorização verbal
Sob o comando de Paulo Roberto Costa, diretor da Petrobras até 2012 investigado por suspeita de corrupção, o setor de abastecimento da estatal negociou e fechou contratos milionários de frete de maneira informal. Alguns deles foram baseados só em autorizações verbais.
A Folha teve acesso a um relatório de 2009 sobre o assunto feito pelo grupo de auditoria interna da Petrobras.
O documento mostra que operações feitas no ano anterior sem obedecer a requisitos mínimos de controle estabelecidos pela empresa totalizam US$ 278 milhões.
As irregularidades envolveram contratações de navios. Segundo os auditores da Petrobras, os contratos analisados descumpriram “procedimentos previstos no manual de afretamento”.
Entre as falhas há falta de autorização por escrito para iniciar processos de afretamento; autorização prévia para tomada de preços com aval de gerente sem competência para tal; e contratações informais que levaram até 390 dias para serem registradas no sistema.
Também há falta ou atraso no registro de informações de todo o histórico de negociação no sistema de conferência de compras da empresa.
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Ex-mulher gerou megaoperação em MT
Em agosto de 2006, a colunista social Karina Peres, hoje com 37 anos, procurou a Polícia Civil em Cuiabá, Mato Grosso, logo após um processo de separação conjugal.
Seu objetivo era denunciar o ex-marido, um empresário rico com quem havia se casado dois anos antes.
Seu depoimento de quase oito anos atrás está na origem da megaoperação da Polícia Federal que hoje investiga chefes e ex-chefes de todas as esferas de poder no Estado.
Karina é ex-mulher do empresário Gércio Mendonça Júnior, dono de empresas como Amazônia Petróleo (postos de combustíveis) e Globo Fomento (factoring).
Para a PF, elas seriam uma espécie de “banco clandestino”, abastecido por empréstimos privados fraudulentos e dinheiro público desviado.
“Sou um arquivo vivo”, disse Karina à Folha. Na terça-feira (20), a chamada Operação Ararath fez buscas até na casa do governador Silval Barbosa (PMDB), que chegou a ser detido por posse ilegal de arma.
Qual é o legado das copas?
Privatização do espaço público, remoções de pobres, desrespeito a direitos humanos, gastos exorbitantes, frustrações com resultados para a economia. As Copas dizem respeito a tudo isso, enquanto inflam o poderio da Fifa.
Com esse olhar crítico, a fundação alemã Heinrich Böll Stiftung lança “Copa Para Quem e Para Quê?”, volume que reúne análises sobre os Mundiais no Brasil, na África do Sul e na Alemanha. Compilando dados públicos mesclados com microentrevistas, os textos traçam um panorama ácido dos torneios.
De acordo com a historiadora Marilene de Paula, os 12 estádios brasileiros podem acolher 668 mil pessoas e custaram R$ 8,5 bilhões, com uma média de R$ 12 mil por cadeira. Na Alemanha, esse custo ficou em R$ 3.400, e, na África do Sul, em R$ 5.300.
Para além dos números, o livro busca compor um painel engajado e militante, ouvindo movimentos sociais e alertando para mazelas e injustiças. Há espaço para líder comunitário, operário do Itaquerão, ativista político, prostituta, torcedor violento.
Dizer que ensino depende só de dinheiro é uma desculpa
Discursos focados na importância de mais investimentos para melhorar sistemas educacionais são perigosos, porque podem oferecer uma escapatória aos profissionais menos eficientes.
A opinião é de Andrés Alonso, um dos mais respeitados especialistas em educação do mundo. Para ele, muitos dos problemas das escolas são de gerenciamento.
Alonso diz, no entanto, que aumentar investimentos é importante. Ele chama de hipócritas os que gastam muito para mandar os filhos a escolas privadas, mas afirmam que a melhoria no ensino não se trata de necessidade dinheiro.
O reconhecimento de Alonso veio após sua gestão bem sucedida como secretário de Educação em Baltimore, no Estado de Maryland, EUA, cidade cuja região metropolitana tem 2,7 milhões de pessoas.
O Estado de S. Paulo
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O Globo
Governo errou ao criar expectativa exagerada e não conseguiu entregar, diz consultor especializado
Para ganhar apoio da população, o governo ampliou de 8 para 12 o número de cidades-sede da Copa do Mundo e prometeu obras de infraestrutura urbana que deixariam um legado dos jogos. O feitiço virou contra o feiticeiro. Muitos projetos, incluindo até mesmo os estádios, estão atrasados, foram reduzidos ou sequer saíram do papel. O resultado é uma onda de greves e protestos que conseguiu tirou o clima festivo da Copa, justamente no país do futebol.
Nada disso teria acontecido se o governo tivesse criado uma agenda própria para envolver os brasileiros no clima festivo dos jogos em vez de cumprir exigências da Fifa e inflar expectativas em torno de um legado que não poderia entregar. É o que diz o advogado Pedro Trengrouse, autor de uma dissertação de mestrado que orientou a criação do departamento de responsabilidade social da Fifa.
Em sete anos, Brasil passa do clima de festa à desconfiança
Para analistas, país sofre choque entre a realidade vendida na candidatura da Copa e a revelada pelos protestos
PSB ainda precisa definir palanque em seis estados
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No preparo para a Copa, governo negocia com sindicatos, vigia black blocs e terá militares nas ruas
Ruas nas cidades-sede da Copa serão militarizadas para inibir violência nas manifestações
Panfletagem política chega ao aplicativo WhatsApp
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Aécio Neves monta time de estrelas jurídicas para guerra política durante campanha eleitoral
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Valor Econômico
Autoridades desperdiçam verbas para mobilidade
No coração da República, enquanto um número cada vez maior de carros entope até mesmo as avenidas largas da capital, o sonho de muitos brasilienses que moram ou trabalham no Plano Piloto é ver o metrô construído nos anos 1990 finalmente chegar à Asa Norte. Uma expansão da rede atual em 7,5 quilômetros e cinco novas estações, incluindo esse trecho da cidade, tinha tudo para caminhar desde que a presidente Dilma Rousseff anunciou um pacote bilionário de investimentos em mobilidade urbana.
“Aezão” deesagrada aliados de tucanos
A estratégia do pré-candidato Aécio Neves (PSDB) de se aproximar do PMDB de Sérgio Cabral e Jorge Picciani incomoda – e afasta – alguns dos mais tradicionais aliados do partido e principais lideranças tucanas no Rio. O PV já declarou apoio ao PT e terá a vice na chapa do senador Lindbergh Farias, no melhor estilo “o inimigo do meu inimigo é meu amigo”. No DEM, o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia, espera o apoio do PSDB à sua candidatura ao governo estadual, mas o arranjo orquestrado nacionalmente não exigiria a exclusividade de Aécio no Estado.
Candidatura em SP abre crise no PSOL e atinge chapa de Randolfe
O processo de definição do candidato do PSOL ao governo de São Paulo abriu uma crise nacional no partido e gerou atritos que atingiram a candidatura à Presidência do senador Randolfe Rodrigues (AP).
Ronaldo se ‘convoca’ para a campanha de Aécio depois da Copa
Nos gramados do Brasil e mundo afora, vestindo a camisa da Seleção ou dos times onde jogou, o atacante Ronaldo Luís Nazário de Lima encantou milhões. Virou o “Fenômeno”, ídolo e excepcional atleta, capaz de decidir em um chute o placar de um jogo. A partir de agosto, quando os brasileiros estiverem ainda comemorando ou lamentando o resultado da Copa do Mundo-2014, Ronaldo testará sua popularidade em um campo desconhecido para ele. O ex-atacante se engajará na campanha presidencial do tucano Aécio Neves, seu amigo há mais de 15 anos. “Confio nele e acho que é uma ótima opção para mudar nosso país”, afirmou em entrevista ao Valor, na sexta-feira à tarde na sede de sua empresa 9Nine, no Alto de Pinheiros, em São Paulo.
Correio Braziliense
Legado da Copa na mobilidade urbana só beneficiará cidades-sede
Um dos argumentos para justificar a Copa do Mundo no Brasil, o legado da mobilidade urbana gerou uma divisão entre as 12 capitais que sediarão os jogos e as 15 demais que assistirão o torneio pela televisão. As cidades que recepcionarão jogadores e turistas tiveram verbas específicas para o Mundial, prioridade quando os recursos eram distribuídos também a outros centros e uma fiscalização mais rigorosa para que as obras pudessem ser entregues a tempo.
Apenas dentro da rubrica Copa do Mundo, o governo disponibilizou R$ 12,85 bilhões, divididos em PAC Copa, PAC Legado da Copa e Entorno das Arenas. Todas são obras apresentadas pelo governo federal à Fifa, entidade máxima do futebol responsável por organizar o evento. Nos projetos, estão melhorias urbanas e viárias para ajudar o trajeto dos torcedores pelas cidades, do aeroporto até o estádio, além do conforto ao redor das arenas construídas para sediar as partidas.
Além dessa verba com carimbo específico, as capitais escolhidas como sede do Mundial de 2014 também acabaram entrando à frente na fila de prioridades quando foram analisados os recursos gerais do PAC Mobilidade Urbana. Lançado ainda no primeiro ano de mandato da presidente Dilma Rousseff, o programa reservou R$ 32,49 bilhões para investimentos em cidades com população acima dos 700 mil habitantes.
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