Edson Sardinha
Aos 61 anos de idade, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), foi reeleito com 189 mil votos para o 11º mandato consecutivo. Com isso, o deputado iguala a marca atingida pela maior liderança da história de seu partido, o ex-presidente da Câmara Ulysses Guimarães (SP), morto em 1992. Os dois peemedebistas só não acumulam mais mandatos do que o ex-deputado Manoel Novaes (BA), que participou de12 legislaturas (1933-1982), um recorde nacional.
Primo do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Henrique Eduardo chegou à Câmara em 1971 e, desde então, não saiu mais de lá. Renovou o mandato em todas as eleições para o Legislativo federal, sempre disputando o mesmo cargo. “É uma alegria enorme. Isso não é para qualquer um”, comemora o deputado. “Esta foi a minha maior votação. A maior, até então, tinha sido a de 2006. Isso prova que não estou desgastado”, declarou ao Congresso em Foco.
Henrique Eduardo Alves nunca disputou outro cargo. “A Câmara é a minha casa. Gosto daqui”, afirmou. O deputado diz que não ambiciona ser governador nem senador por entender que essa prerrogativa é de outro integrante da família Alves. “Tenho uma parceria quase perfeita com o meu primo-irmão Garibaldi. Ele é mais conciliador e tem um temperamento ameno que está mais de acordo com esses cargos majoritários. Eu já tive de radicalizar muitas vezes dentro do partido”, disse.
Em 2002, o parlamentar potiguar era nome forte para ser o vice na chapa do tucano José Serra à Presidência da República. Mas seus planos acabaram indo por água abaixo após publicação de reportagem pela revista Istoé. A ex-mulher dele o acusava de omitir da Receita uma fortuna de US$ 15 milhões no exterior. Diante das denúncias, o nome dele foi descartado. A deputada Rita Camata, então no PMDB, foi chamada para compor como vice na chapa, que acabou derrotada com a primeira eleição do presidente Lula.
Formado em Direito pela Faculdade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Henrique Eduardo foi diretor presidente da empresa Jornalística Tribuna, no Rio Grande do Norte, estado onde construiu toda sua trajetória política. Filho do ex-governador e ex-ministro Aloísio Alves, pertence a uma das duas principais oligarquias políticas do Rio Grande do Norte (a outra são os Maia).
É dono da Rede Cabugi, que, além da TV (retransmissora da Globo), inclui ainda a Rádio Globo/Cabugi (AM), de Natal; a 104 FM, de Parnamirim; a Rádio Difusora de Mossoró (AM); a Rádio Cabugi do Seridó (AM), do Seridó; a Rádio Baixa Verde (AM), de João Câmara; e Pereira de Souza (SP)
Entre 2001 e 2002, o deputado se licenciou do mandato para comandar a Secretaria de Governo e de Projetos Especiais do Rio Grande do Norte no governo do primo, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). A partir de 2011, a família Alves terá mais um integrante no Congresso. Garibaldi Alves (PMDB-RN), pai do senador e tio do deputado, assumirá uma vaga no Senado. Suplente, ele herdará a vaga a ser deixada pela senadora Rosalba Ciarlini (DEM), eleita domingo governadora do Rio Grande do Norte.
Na Câmara, Henrique Eduardo Alves foi o relator da lei de participação do capital estrangeiro nos veículos de comunicação. Além disso, foi segundo secretário da Mesa Diretora e já presidiu as comissões de Constituição e Justiça; Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; Legislação Participativa; e de Trabalho, Administração e Serviço Público. Foi filiado ao MDB (1971-1979) e teve uma curta passagem pelo PP (1980-1982). Está no PMDB desde 1982. Pela primeira vez, o deputado é um dos finalistas, este ano, do Prêmio Congresso em Foco. Ele ficou entre os 31 deputados mais bem avaliados por jornalistas na primeira etapa do prêmio.
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