O ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Pedro Halall afirmou na sessão da CPI da Covid desta quinta-feira (24), que foi censurado pelo governo federal antes de uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. De acordo com o cientista, o estudo do Epicovid, um dos mais importantes sobre a pandemia realizados no país, teve slides sobre a contaminação de brasileiros cortados da apresentação.
“Faltando quinze minutos para começar a minha apresentação, no Palácio do Planalto, eu fui informado, pela assessoria de comunicação, de que o slide tinha sido retirado da apresentação que eu era o apresentador. O slide foi retirado da apresentação e eu fui comunicado quinze minutos antes. E logo depois, pouco tempo depois, o Ministério da Saúde decidiu interromper o monitoramento por meio do Epicovid, sem qualquer justificativa técnica”, disse.
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Segundo Hallal, o Epicovid mostrava a taxa de brasileiros expostos ao vírus. “Tenho certeza de que os Senadores da Região Norte do Brasil e da Região Nordeste vão ter atenção especial para esse gráfico, porque ele mostrava que lá no começo da pandemia, em maio e junho, era uma pandemia concentrada na Região Norte do Brasil”, explicou.
“Infelizmente, a gente não tem esse mapa desde junho do ano passado, por uma decisão deliberada do Ministério da Saúde de que esse monitoramento não era mais relevante”, reiterou.
Em março, Hallal teve de assinar um termo de ajustamento de conduta (TAC) por criticar a gestão de Jair Bolsonaro durante uma live transmitida pelas redes sociais da Universidade de Pelotas, o professor já havia sido alvo de ataques do presidente e de seus aliados anteriormente.
Em entrevista ao Congresso em Foco em março, Hallal disse que a Epicovid também sofreu com o corte do governo federal no financiamento da pesquisa, além da censura de dados sobre os indígenas. A pesquisa mostrava que povos originários brasileiros apresentam risco maior de infecção por covid-19.
> Professor censurado já foi atacado por Bolsonaro e teve pesquisa boicotada
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