Com as igrejas fechadas em São Paulo (SP) para diminuir a circulação do vírus durante a pandemia, o pastor Eduardo Silva, da Igreja Evangélica Ministério Aviva, resolveu promover um culto em um ônibus.
O vídeo de mais de cinco minutos foi publicado no perfil do Instagram “Brasil Fede Covid”, que denuncia confraternizações clandestinas e ilegais entre os brasileiros durante a pandemia.
O Congresso em Foco procurou o pastor Eduardo, mas ainda não teve retorno. No vídeo, ele diz que “já que nossa igreja não pode estar aberta nós temos um ônibus para fazer nosso culto e aqui nós estamos (sic) porque ninguém cala um adorador”.
Nas imagens os fiéis aparecem medindo a temperatura e passando álcool gel nas mãos antes de entrar no micro-ônibus lotado para o culto. Um homem com um colete escrito “fiscal do povo” filma a fila e diz que “não vão deixar de adorar a Deus”.
O fiscal do povo é Wellington de Paulo Ribeiro, que se candidatou a vereador pelo do PSL em 2020, mas teve apenas 5.065 votos e não se elegeu. “Isso aqui é uma loucura, primeira igreja do Brasil e do mundo que está fazendo culto dentro de um ônibus. Este pastor aqui não sei se é ele ou sou eu quem sou maluco”, se diverte.
Wellington de Paulo, que transmitiu o culto em tempo real pelas suas redes sociais diz que “se aglomeração em transporte público pode, culto no transporte também não é proibido”. O site também procurou o “fiscal do povo”, mas ainda não teve resposta.
Nas imagens que foram gravadas dia 17 e março é possível ver uma criança sem máscara e ao menos oito pessoas sentadas e outras sete em pé. Não é possível saber o total de passageiros do ônibus do culto.
São Paulo está na fase restrita da pandemia desde o último dia 11. O governador João Doria (PSDB) anunciou medidas mais duras de isolamento até o dia 30 para frear o aumento de novos casos, internações e mortes pelo coronavírus e conter a sobrecarga em hospitais de todo o estado.
A restrição completa veta, entre outras atividades, as celebrações religiosas coletivas.
O prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), antecipou cinco feriados a partir do dia 26 de março para tentar conter o avanço da pandemia de covid-19. Com essa decisão, a cidade mais populosa do país ficará parada por dez dias.
Segundo o Estadão, ontem pela primeira vez faltou oxigênio em São Paulo. Profissionais da saúde informaram que pelo menos dez pessoas que estavam internadas na unidade de pronto-atendimento Ermelino Matarazzo tiveram de ser transferidas. Em entrevista à CNN Brasil, o Secretário de Saúde da cidade de São Paulo, Edson Aparecido, disse que o problema ocorreu na distribuição e não por falta do insumo.
Ainda assim, o estado de São Paulo registrava até ontem (20) 28.292 pessoas internadas por covid-19, sendo 11.976 em internações em UTIs e 16.316 em enfermaria. As taxas de ocupação dos leitos de UTI covid são de 91,5% no estado e de 91,7% na grande São Paulo.
No sábado, pelo segundo dia consecutivo foram mais de 18 mil novas infecções registradas em apenas 24horas. Nesse intervalo também foram registradas 616 mortes, média que tem se mantido acima das seis centenas nos últimos dias. Em toda a pandemia, já são 2.298.061 casos confirmados e 67.414 vítimas fatais no estado.
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