Depois de ter um computador e um aparelho celular apreendidos nesta sexta-feira (20), por determinação do Supremo Tribunal Federal, o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ) divulgou vídeo (veja acima) em que diz que não vai recuar “um milímetro” em suas críticas à corte e chama o ministro Alexandre de Moraes de “déspota”, “ditatorial” e “tirano”. Alvo de ação da Polícia Federal, assim como o cantor e ex-deputado Sérgio Reis, ambos acusados de ameaçar instituições democráticas, Otoni vai prestar depoimento logo mais à Polícia Federal.
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“Não vou recuar um milímetro. Não fica nervosa, não, esposa. Não vou recuar, dentro do que a democracia me permite, que a Constituição me permite”, afirmou o parlamentar na gravação. “Se alguém pensa que vou deixar de ter a mesma postura, não vou deixar de jeito algum”, acrescentou.
O deputado diz que não fez nada que possa levá-lo à prisão e reiterou seus ataques a Alexandre de Moraes, ministro responsável por autorizar os mandados de busca de busca e apreensão solicitados pela Procuradoria-Geral da República.
“Você acha que pode ser preso? Não, não fiz nada para ser preso. Claro que estamos vivendo em um Estado de exceção no Brasil. Em Estado de exceção você pode ser preso. O ministro Alexandre de Moraes, que tem tido comportamento autoritário e, por isso, eu já o adjetivei como déspota, aquela pessoa que tem comportamento ditatorial, tem a prerrogativa de prender todos aqueles que ele acha que tem de prender, que acha que é uma ameaça à democracia brasileira”, afirmou.
Segundo o deputado, que é pastor evangélico, Moraes pode escapar da Justiça terrena, mas terá de prestar contas a Deus. “Não temos medo da tirania, seja ela de quem for, inclusive do senhor tirano ministro Alexandre de Moraes. Que vergonha, ministro, que vergonha, que postura antidemocrática que Vossa Excelência tem tido. Um dia nós todos, ministro, vamos dar contas a Deus. eu vou dar conta a Deus. E o senhor também vai dar. Se a Justiça na terra falhar, a Justiça divina não falha nunca”, disse Otoni. “A postura vamos manter a mesma, a coragem vamos manter a mesma. Vamos para a frente, ver se este país muda”, emendou.
Segundo a PF, a operação que mira Otoni e Sérgio Reis apura “eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a democracia, o Estado de Direito e suas instituições, bem como contra os membros dos Poderes”. São cumpridos 29 mandados nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Ceará e Paraná, além do Distrito Federal.
Sérgio Reis e Otoni de Paula têm convocado atos contra o Supremo Tribunal Federal e em defesa do governo para o próximo dia 7. A disseminação de um vídeo em que faz apelo a caminhoneiros para paralisarem o país no feriado da Independência levou o artista a ter shows e comerciais cancelados, como ele mesmo admitiu ao Congresso em Foco. “Querem me massacrar. Já estou tendo prejuízo”, afirmou ele. O episódio resultou na abertura de inquérito contra o cantor sertanejo.
Sérgio Reis e deputado Otoni de Paula são alvos de operação da PF