“A primeira vez que me dei conta do mundo, estava sobre um cavalo”. É com essa frase que o alagoano da cidade de Viçosa, Aldo Rebelo, inicia seu recém-lançado livro O Quinto Movimento. A frase pode levar a uma série de interpretações. Evoca o caráter sertanejo de Aldo, criado no sertão alagoano, onde cresceu em fazendas, como a do ex-senador Teotônio Vilela, onde seu pai trabalhou por um tempo. Evoca a força dessa origem na formação de Aldo, a quem o caráter internacionalista do discurso comunista, que ele encampou por muito tempo, não empanou seu profundo sentimento nacionalista e a importância que reputa à formação brasileira, que considera singular. Mas pode evocar também certa visão privilegiada, mais de cima da planície, na altura que a montaria lhe proporciona.
Ao longo da sua carreira política, Aldo Rebelo foi ministro da Defesa, ministro da Ciência e Tecnologia, ministro dos Esportes, ministro de Coordenação Política e Relações Institucionais. Foi ainda presidente da Câmara e chefe da Casa Civil do governo de São Paulo. Difícil encontrar muitos outros currículos com tamanha quantidade de cargos relevantes exercidos e com tanto ecletismo nas tarefas.
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Atualmente sem filiação partidária, Aldo valeu-se de toda essa experiência para escrever O Quinto Movimento, em que traça uma proposta para o país que, na sua avaliação, precisa reencontrar-se e reencontrar suas características fundadoras.
Para Aldo Rebelo, a construção do Brasil deu-se em quatro movimentos. O primeiro movimento iria do “descobrimento”, em 1500, até o Tratado de Madri, em 1750, que redefiniu o Tratado de Tordesilhas, ampliando os limites do Brasil praticamente ao tamanho que tem hoje. O segundo movimento parte daí até a Independência em 1822. O terceiro movimento prossegue até a abolição da escravidão em 1888. E o quarto vai da Proclamação da República até os dias atuais. É por isso que seu livro se intitula O Quinto Movimento. O que Aldo propõe agora em seu livro e explica nesta entrevista é uma retomada, para que se conclua o que ele considera uma “construção inacabada”.
Aldo Rebelo: “Forças Armadas não vão embarcar em aventura”
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