Desde 2019, Dataprev e Serpro estão presentes no topo da lista de privatizações do governo federal. Quase quatro anos depois, em um balanço simples, as duas empresas públicas federais de tecnologia da informação se mostraram fundamentais para a estabilidade social do País.
Estas empresas são responsáveis por grande parte das transformações digitais, com soluções eficazes e rápidas para os desafios do momento mais difícil que o País atravessou nos últimos anos: a pandemia de covid-19.
É impossível imaginar o caos social e econômico que os brasileiros enfrentariam sem as expertises em reconhecimento de direitos e de processamento de grandes volumes que viabilizaram o pagamento do Auxílio Emergencial aos brasileiros em situação de vulnerabilidade social. Ou ainda, as dificuldades de arrecadação que o Estado teria com as mudanças da data de entrega do Imposto de Renda no mesmo período.
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Porém, engana-se quem acredita que o papel das empresas se esgotou com o arrefecimento da pandemia. Ainda hoje, Dataprev e Serpro têm trabalhado continuamente pelo Brasil. As soluções que vão permitir o pagamento de benefícios aos caminhoneiros e taxistas – como disposto na Proposta de Emenda à Constituição que ficou conhecida como PEC Kamikaze ou PEC dos Benefícios – são exemplos do fato.
Isso mostra que, sem as estatais, dificilmente o Estado teria conseguido que empresas privadas desenvolvessem o trabalho com tamanha excelência em um tempo tão exíguo. Soluções do porte que o Brasil precisa demandam não apenas trabalho técnico de processamento de dados, mas também um profundo conhecimento da máquina pública. Coisa que os funcionários das empresas têm de sobra, tanto pela formação acima da média, quanto pelo tempo de “casa”, ou seja, pela vivência de anos no setor público.
A verdade é que a pandemia não será o último desafio a demandar uma estrutura robusta de tecnologia para o Brasil. Ao contrário: conforme apontam as tendências, para atender aos brasileiros e colocar o País em uma posição de protagonismo no mundo, o domínio da internet e o desenvolvimento de ferramentas digitais será primordial.
Com a migração de diversas áreas da vida humana para o mundo digital, a presença do Estado neste “local” se torna essencial. E a qualidade dessa presença precisa ser discutida. Em um município, por exemplo, não existe apenas a polícia, mas também a escola e uma unidade básica de saúde. Na internet, deveria ser igual. Para fazer com que a vida digital seja justa, há que se oferecer ferramentas para a população e para que o próprio País se beneficie da melhor forma.
Pela própria característica da internet – ser plural e feita à muitas mãos – é importante garantir que o setor privado e o setor público coexistam e que a parceria reconhecida pelo governo se transforme em mais investimentos para Serpro e Dataprev. Assim, cada setor manterá sua função preservada pelo bem dos usuários, que antes de tudo, são cidadãos.
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