Detentor de riquezas naturais e da maior biodiversidade do mundo, o Brasil tem potencial para se tornar líder global no impulsionamento do desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo. Diante da urgência imposta pela crise climática, das tendências globais por alternativas sustentáveis de produção e da crescente necessidade de uma economia de baixo carbono, o potencial do país para contribuir com o desenvolvimento sustentável do planeta está despontando à vista de todos. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) aposta nesse caminho para ganhar o mundo de forma sustentável.
Os dados apontam um grande potencial. Por exemplo, no último ano o Brasil foi 3º país que mais atraiu investimentos em energias renováveis, contabilizando mais de US$ 25 bilhões (Energy Transition Investment Trends 2024). O país possui cerca de 85% da matriz elétrica em energia renovável e se fortalece como opção para parcerias focadas em transição energética e soluções sustentáveis. Como na área de hidrogênio verde e biocombustíveis, por exemplo. Estudos da ApexBrasil apontam que alimentos e bebidas originários dos nove estados brasileiros que compõem a Amazônia Legal têm enorme possibilidade de conquistar Estados Unidos, China, Japão e países europeus, como Alemanha.
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É prioridade da Agência aumentar a presença de produtos e serviços capazes de entregar eficiência energética, conservação, uso sustentável da biodiversidade da água e do solo e inclusão social, no comércio exterior do país.
“A Amazônia tem sido objetivo e inspiração de diversas ações, todas buscando diversificar destinos e origens de produtos brasileiros”, afirma o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana.
A diretora de Negócios, Ana Paula Repezza, ressalta a importância da equidade. “Todos os nossos programas priorizam questões ambientais, equidade de gênero e inclusão social”, acrescenta a diretora que comanda, na Agência, um programa de promoção da equidade de gênero no setor exportador brasileiro. O programa inclui cursos de qualificação específicos e pontuação extra para empresas lideradas por mulheres na seleção para iniciativas e serviços oferecidos pela ApexBrasil, por exemplo.
Além de promover produtos e serviços brasileiros no exterior por meio de feiras e missões empresariais, a Agência organiza visitas de compradores internacionais para fazer negócios com empreendedores brasileiros que adotam práticas sustentáveis e têm potencial produtivo.
PublicidadeAmazônia em foco
Produzir mais e melhor, vender para o mundo e manter a floresta de pé é o lema do programa Exporta Mais Amazônia, criado em 2023 pela ApexBrasil, dedicado à promoção internacional de produtos da floresta. Por meio dele, a Agência tem desenvolvido iniciativas que levam a biodiversidade brasileira para o mundo e promovem o desenvolvimento de comunidades locais e dos povos que protegem a floresta amazônica. O programa já gerou mais de R$ 50 milhões em negócios que estão sendo reinvestidos na região.
A prospecção e busca ativa de materiais e produtos da floresta, produzidos por populações locais e povos originários integram esse esforço. “Os produtos amazônicos são valiosos e agregam valor no mercado internacional”, destaca o presidente Jorge Viana. Uma das ações do programa é a promoção da exportação da castanha-do-Brasil. Extraído por comunidades locais em áreas de manejo florestal, o produto promove a sociobiodiversidade – pois é fonte de renda para quem mantém a floresta em pé. A ApexBrasil também vem lançando editais para empresas amazônicas participarem de feiras internacionais de produtos naturais, como nos Estados Unidos, com a Plant Based, por exemplo.
Neste ano, a Coccoloba – árvore amazônica com folhas gigantes – emprestou sua resiliência e singularidade ao design brasileiro de móveis e objetos de decoração – cada vez mais conhecido pelos altos padrões de sofisticação, inovação e sustentabilidade. A planta inspirou a curadoria de 53 peças brasileiras exibidas durante a Semana de Design de Milão, o maior evento mundial do setor.
Maior fonte de energia limpa e renovável
A transição energética é outro eixo em que o Brasil se destaca, sendo crucial para a descarbonização global. Em 2023, o país bateu recorde de produção de energia limpa. Consolidando-se como potência em energias renováveis e exemplo de sustentabilidade para o mundo. A ApexBrasil prioriza a atração de investimentos para o setor, destacando a capacidade do país na produção de hidrogênio verde, principalmente no Nordeste. Na World Hydrogen Summit & Exhibition, realizada no mês de junho, em Roterdã, a União Europeia anunciou planos de importar 10 milhões de toneladas de hidrogênio verde até 2030, uma grande oportunidade para o Brasil.
Na ocasião, o presidente Lula enfatizou que o país tem a possibilidade de se transformar no maior produtor de energia limpa e renovável do planeta. No mesmo evento, empresas do setor de energia anunciaram quase R$ 40 bilhões em investimentos. Sendo R$ 20 bilhões em etanol de segunda geração; R$ 750 milhões em energia limpa; R$ 12 bilhões em novas plantas de biocombustíveis e R$ 4,5 bilhões para a descarbonização da indústria de fertilizantes.
Além do hidrogênio verde, o Brasil tem potencial para o desenvolvimento das energias eólica e solar para o armazenamento de baterias. Recentemente, a ApexBrasil e a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) firmaram uma parceria para atrair mais investimentos estrangeiros para o setor de transição energética no país. Nos últimos doze anos, os investimentos em energia solar no Brasil somaram mais de R$ 184 bilhões.
Em julho, Manaus recebeu a Lac Flavors, maior fórum de negócios para o setor de alimentos e bebidas da América Latina e Caribe, organizado pelo BID em parceria com a ApexBrasil. O evento incluiu workshops e seminários sobre abastecimento sustentável, tecnologia alimentar, certificações, comércio eletrônico, técnicas de negociação e embalagens sustentáveis.
“A proposta é alavancar oportunidades para o desenvolvimento industrial no setor de renováveis e aproveitar o elevado potencial brasileiro de liderar o processo global de transição energética”, afirma Jorge Viana.