O deputado Alexandre Leite (União-SP), que reagiu e matou a tiro um assaltante nesse sábado em São Paulo, é integrante da Frente Parlamentar da Segurança Pública, a chamada bancada da bala. Em seu terceiro mandato consecutivo na Câmara, o parlamentar de 34 anos foi reeleito no ano passado com 192,8 mil votos. Integrante da Frente Parlamentar da Segurança Pública, a chamada bancada da bala, o deputado tem na facilitação do porte de armas, com a flexibilização do Estatuto do Desarmamento, uma de suas principais bandeiras políticas.
Ele é filho do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União), e irmão do deputado estadual Milton Leite Filho (União). O vereador é um dos nomes mais cotados para vice do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na disputa em outubro de 2024. A família apoiou a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) para presidente e a campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o governo paulista no ano passado.
Veja a atuação parlamentar de Alexandre Leite no Radar do Congresso
Alexandre tem forte ligação com os CACs (atiradores desportivos e caçadores). Em uma publicação na internet, ele mesmo se apresenta como um CAC. O deputado relatou uma proposta (PL 3723/19), na legislatura passada, que flexibilizou a permissão de porte de armas de fogo por atiradores e caçadores. O texto também diminuiu de 25 para 21 anos a permissão do porte. De autoria do Executivo, o texto foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, ele fez alterações no relatório que desagradaram ao presidente Jair Bolsonaro, que defendia uma liberação mais ampla.
Leia também
Neste ano, Alexandre pediu a convocação do ministro da Justiça, Flávio Dino, para explicar o endurecimento das regras contra a concessão de armas de fogo no governo Lula. O deputado é autor do PL 1019/2019, que cria o Estatuto dos Cacs, que regulamenta o exercício das atividades de colecionamento, de tiro desportivo e de caça em todo o território nacional.
De acordo com o Radar do Congresso, ferramenta de monitoramento legislativo do Congresso em Foco, Alexandre Leite tem índice de governismo de 75%, índice ligeiramente superior à média do seu partido, que é de 72%. Isso significa que, em 75% das vezes, Alexandre votou em acordo com a orientação do governo no plenário da Câmara desde o início do ano.
PublicidadeA família Leite é considerada uma das mais influentes na política de São Paulo atualmente. Na sexta-feira, Milton Leite foi reeleito presidente da Câmara Municipal para o quarto mandato por 49 votos a seis. Ele derrotou Luana Alves (Psol-SP), que recebeu apenas votos do seu partido. Petistas e bolsonaristas votaram em peso em Milton, que está em seu sétimo mandato consecutivo de vereador. Para que ele pudesse ser reconduzido ao cargo pela quarta vez, os vereadores mudaram e Lei Orgânica do Município.
Segundo Milton Leite, Alexandre passava de carro com sua esposa pela Avenida Interlagos, Zona Sul de São Paulo, na noite desse sábado, quando foi abordado por dois homens em uma motocicleta. Eles efetuaram três disparos – dois atingiram o veículo do parlamentar, conforme a Polícia Militar. Alexandre Leite reagiu e atirou. Um dos assaltantes foi baleado e morreu na hora. O outro fugiu a pé após fracassar na tentativa de roubar outra moto.
Milton confirmou ao UOL que o filho tem porte de armas e disse que a família está profundamente abalada. “Eu, que estou em casa, estou abalado, imagine ele? A gente não queria que isso acontecesse. Como fica a família desse bandido agora, na véspera do Natal?”. O Congresso em Foco não conseguiu contato com Alexandre. O caso é investigado como tentativa de assalto pela Polícia Civil de São Paulo.
Em 2021, Alexandre Leite foi intimidado e ameaçado nos corredores da Câmara pelo então deputado Boca Aberta (PR) por ter recomendado a cassação do seu mandato em parecer ao Conselho de Ética. Boca Aberta acabou tendo o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral.