Um bloco de Carnaval em Belo Horizonte foi alvo de uma intervenção da PM (Polícia Militar) de Minas Gerais, na noite da última sexta-feira (1), após manifestações políticas contra o presidente Jair Bolsonaro.
Um capitão da PM, chefe do policiamento no local, na região da Pampulha, subiu no trio elétrico do bloco “Tchanzinho Zona Norte” logo após o vocalista do grupo puxar gritos contra o presidente. “Está todo mundo bem-vindo, mas, se por acaso não concordar, vai se incomodar, porque nós vamos falar, o bloco inteiro: ‘Bolsonaro é o c**** e Lula Livre'”, disse o puxador do bloco por volta das 20h.
Em seguida, o capitão teria afirmado que “aquilo não podia continuar” e que o policiamento seria retirado se as manifestações políticas não parassem. Procurado, o porta-voz da PM de Minas, major Flávio Santiago, negou que tenha havido censura. Segundo ele, o que houve foi uma “recomendação” para que as manifestações políticas parassem.
“Isso foi feito pensando no manejo da corporação para lidar com massas. Se você tem o puxador de um bloco que começa a usar palavras e ofender determinado político, e aquilo começa a inflamar as pessoas que estão em solo, e pode virar uma correria, um efeito manada, e nós não queremos uma tragédia”, justificou o major.