Mais de 20% dos moradores dos estados do Pará (2,3 milhões de habitantes), Amazonas (1,3 milhão) e Mato Grosso (888 mil) estão até quatro horas de distância do município mais próximo com serviço de saúde que possui estrutura adequada para o atendimento de pacientes com doenças respiratórias graves, consequência da covid-19. É o que demonstra o estudo “Regiões e Redes Covid-19: Acesso aos serviços de saúde e fluxo de deslocamento de pacientes em busca de internação”, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
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A nota técnica com o estudo, publicada nesta quinta-feira (21), afirma que a necessidade de deslocamento para conseguir o atendimento médico é uma das principais questões do sistema de saúde brasileiro. “Um dos grandes problemas para a rede de saúde brasileira é a acessibilidade geográfica. O Brasil possui dimensões continentais e, por isso, algumas regiões mais remotas impõem à sua população o deslocamento de enormes distâncias para busca de atendimento”, diz a nota da fundação.
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Os pesquisadores explicam que essa demora pode ter consequências negativas na saúde do paciente. “É evidente que nem todos os municípios do país devem ter um centro de tratamento intensivo, mas é necessário definir serviços de referência e contrarreferência no atendimento à saúde, evitando vazios de atendimento, bem como deslocamentos longos, que podem afetar o estado de saúde do indivíduo”, diz o documento.
Além dos habitantes desses três estados, o estudo mostra que essa situação é a realidade de pelo menos 7,8 milhões de brasileiros, sendo que os habitantes das regiões de “Amazônia, norte do Mato Grosso, interior do Nordeste, norte de Minas Gerais, sul do Piauí e Maranhão”, levam mais de quatro horas para conseguirem acesso ao sistema de saúde com Unidade de Terapia Intensiva (UTI), equipamentos e profissionais especializados.
Leia a íntegra da nota técnica da Fiocruz
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