Senadores defenderam nesta quinta-feira (19) a criação de uma comissão externa para acompanhar o registro das vacinas contra a covid-19 na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e todo o processo de aquisição e distribuição dessas vacinas para a população brasileira. O requerimento foi apresentado pelos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO) e ainda aguarda aval do Plenário.
“É uma comissão de acompanhamento para que nós possamos saber como as coisas estão se dando e evitar qualquer tipo de ingerência ou qualquer tipo de ação que tenha por objetivo beneficiar ou prejudicar quem quer que seja”, defendeu Humberto Costa.
Veja a íntegra do requerimento:
Ao concordar a instalação da comissão, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) destacou que o colegiado deve ter caráter suprapartidário. “Nós não podemos partidarizar essa questão, nós não podemos politizar essa questão, nós não podemos trazer qualquer tipo de ideologia em relação a essa questão. E as pessoas agora estão começando a entender que não importa se a vacina vem da China, dos Estados Unidos ou da Rússia. Se ela tiver mais de 90% de eficácia, as pessoas vão querer tomar”, argumentou ela.
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O senador Confúcio Moura (MDB-RO), presidente de uma comissão que acompanha as medidas do governo no combate à pandemia, propôs que a nova comissão seja incorporada à já existente.
“Eu acredito que, se criar mais uma comissão, talvez as ações se superponham. Nós estamos fiscalizando, estamos acompanhando com frequência todo esse debate nacional, denunciando, criticando e, ao mesmo tempo, solicitando providências e despolitizando essa situação de confrontos políticos entre o governo federal e o governo do estado de São Paulo”, disse.
Os senadores não chegaram a um consenso e o requerimento acabou não sendo apreciado na sessão de hoje.
Possibilidades de vacinas
O Ministério da Saúde já tem acordo para compra de imunizantes da AtraZeneca (Reino Unido), por meio da Fiocruz, e também de adesão à aliança internacional Covax, todas vacinas em etapas de pesquisa.
Os estados também vem buscando alternativas por conta própria, como é o caso da CoronaVac, que tem sido desenvolvida pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech. Hoje, um lote com as primeiras 120 mil doses da vacina CoronaVac chegou a São Paulo trazido da China. O imunizante ainda está na fase 3 de testes, que analisa a eficácia após aplicação em milhares de voluntários.