O Ministério da Saúde afirmou na noite desta segunda-feira (25) que 5,4 mil litros de insumos para a fabricação da vacina Coronavac devem chegar ao Brasil até o fim desta semana. A produção será feita pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
“A continuidade do recebimento dos insumos para a fabricação das vacinas pelo Butantan voltou à normalidade, graças à ação diplomática do Governo Federal com o governo chinês, por intermédio da Embaixada Chinesa no Brasil. Fica aqui o nosso agradecimento a todos que ajudaram nessa liberação”, afirmou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre os insumos que virão da China.
Em meio à rixa política entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Saúde chegou a dizer que não iria adquirir a Coronavac, desenvolvida em São Paulo.
A principal aposta do governo federal para o Plano Nacional de Imunização é o imunizante desenvolvido pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. O Ministério da Saúde acordou a compra de doses prontas da vacina e também de insumos para fabricação no Brasil em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
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Porém, os insumos para produção pela Fiocruz tampouco tem previsão para chegar ao Brasil. Doses prontas do imunizante, compradas da Índia, chegaram apenas na última sexta (22), com cinco dias de atraso. Até então, a única vacina disponível para os brasileiros era a do Butantan.
Ainda que no ano passado Bolsonaro tivesse rejeitado a Coronavac, nesta segunda o presidente creditou ao seu governo as tratativas para o envio do material ao Brasil:
– Embaixada da China nos informou, pela manhã, que a exportação dos 5400L de insumos para a vacina Coronavac, aprovada e já estão em vias de envio ao 🇧🇷, chegando nos próximos dias.
– Assim também os insumos da vacina Astra-Zeneca que estão com liberação sendo acelerada. (Segue)
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 25, 2021
O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, compartilhou a postagem de Bolsonaro e afirmou: “A China está junto com o Brasil na luta contra a pandemia e continuará a ajudar o Brasil neste combate dentro do seu alcance. A União e a solidariedade são os caminhos corretos para vencer a pandemia”.
Porém, mais tarde o governador de São Paulo rebateu a versão de Bolsonaro sobre as negociações em torno dos insumos. Doria atribuiu toda tratativa ao governo estadual e ao Butantan.
Leia o que disse Doria:
Não é verdade o que disse o Presidente Bolsonaro em suas redes, de que a importação de insumos da China foi uma realização do Gov. Federal. Todo o processo de negociação com a China para liberação de insumos para a vacina do Butantan foi realizado pelo Instituto e pelo Gov. de SP
— João Doria (@jdoriajr) January 25, 2021