Um grupo de senadores que incluiu o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), visitou no último sábado (27) uma mina de amianto em Minaçu (GO). Acompanhada do governador do estado, Ronaldo Caiado (DEM), a comitiva comprometeu-se a lutar para que o Supremo Tribunal Federal (STF) volte a liberar o material no Brasil.
Os parlamentares contestam o argumento de que o amianto oferece riscos à saúde, inclusive de câncer, noção que embasou a decisão do Supremo de proibir, em novembro de 2017, a produção, o comércio e o uso do amianto no país. “Eu já tenho 56 anos de idade e tomo água de caixa d’água, desde criança, de amianto. Morei muito tempo debaixo de telha de amianto e nunca tive um problema. Eu acho que eu sou até um pouquinho fortinho. Nunca tive problema por isso”, disse em plenário o senador Vanderlan Cardoso (PP-GO), idealizador da comissão que visitou Minaçu.
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Até o início deste ano, a disputa estava apenas na Justiça porque uma liminar concedida pela ministra Rosa Weber, à época da proibição no STF, havia permitido que a extração continuasse em estados que não têm leis proibindo a atividade, como Goiás. Em fevereiro deste ano, porém, os acórdãos da decisão do Supremo foram publicados e a liminar de Weber caiu.
Com isso, paralisou-se a produção da mina Cana Brava, da Sama Mineração (pertencente ao grupo Eternit), e quase 400 trabalhadores foram colocados em férias não remuneradas, sob risco de demissão. A empresa quer um efeito suspensivo que permita a continuidade da produção enquanto o Supremo não julgar embargos de declaração apresentados por entidades do setor de mineração.
Riscos à saúde
Conhecido também como asbesto, o amianto é uma fibra mineral extraída de rochas, encontrada em larga escala no planeta e usada na indústria há séculos. No Brasil, o amianto foi aproveitado especialmente pela construção civil, na fabricação de telhas, caixas d’água e outros produtos.
No voto em que defendeu a proibição pelo STF, o ministro Dias Toffoli, hoje presidente da Corte, assinalou que “todas as modalidades do amianto são classificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como comprovadamente carcinogênicas”. O Ministério da Saúde informou à época do julgamento que o amianto é responsável, no Brasil, por um terço dos casos de cânceres ocupacionais (contraídos devido ao trabalho) e 80% das pessoas morrem em um ano após o diagnóstico.
“Há consenso científico dos órgãos de proteção à saúde acerca da natureza altamente cancerígena do referido mineral, o qual aponta para a impossibilidade de seu uso seguro”, escreveu Toffoli.
A literatura médica tem feito associação entre a exposição ao amianto e doenças pulmonares desde a primeira metade do século XX, devido ao fato de que a fibra pode ser fragmentada em partículas microscópicas, o que facilita a sua aspiração.
Em fala aos colegas no final de abril, na véspera da visita a Minaçu, o senador Vanderlan garantiu que a mina goiana é segura. Em primeiro lugar, diz o congressista, porque toda a produção de Minaçu e do Brasil é destinada à exportação, ou seja, não se fabricam mais mercadorias como telhas e caixas d’água à base de amianto.
O senador também nega que os trabalhadores da mina corram riscos. “Todo o processo de ensacamento do amianto, é feito de modo automático, em que eles estão compactados em blocos de 50kg, em embalagens que são 100% impermeáveis e que não permitem escape de pó ou umidificação do produto”, defendeu o parlamentar. “É a mesma coisa que você pegar um pacote de café a vácuo, ele é exportado daquele jeito”, completou.
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“Eu já tenho 56 anos de idade e tomo água de caixa d’água, desde criança, de amianto. Morei muito tempo debaixo de telha de amianto e nunca tive um problema. Eu acho que eu sou até um pouquinho fortinho. Nunca tive problema por isso”
Sim senador, verdade, sua experiência pessoal vale mais do que diversos estudos e pesquisadores na área.
E olha que o Caiado é médico hein??? Estamos realmente lascados com essa espécie de político predador…
Essa turma que foi eleita pra essa legislatura são todos fora da lei, vieram pra derrubar todas leis de proteção ambiental e humana.
Não tem apreço a vida humana querem dinheiro e poder.
Por isso querem derrubar o STF porque assim um juiz de primeira instância miliciano ditará o as regras, não teremos proteção judicial.
Temos que barrar essa turma da destruição.